Câmara articula PEC para regular ‘supersalários’
Depois que a ministra Luislinda Valois, de Direitos
Humanos, alegou, em 207 páginas, que um salário de pouco mais de R$ 33 mil como
ministro era coisa que “sem sombra de dúvidas, se assemelha ao trabalho
escravo”, os deputados querem aprovar um
Projeto de Emenda Constitucional (PEC) criando regras para que os chamados ‘supersalários’
sejam regulamentados.
O desejo dos deputados é que somente quem ocupa cargo nas
áreas de saúde e educação, poderão acumular salários. Ao mesmo tempo, querem
acabar com as férias de 60 dias a que tem direito membros do Judiciário e do Ministério
Público.
Deputado Rubens Bueno (PPS-PR) |
Depois que o STF decidiu que a incidência de mais de um
teto no caso de acumulação de vínculos com a administração pública é possível, o
relator do projeto, deputado Rubens Bueno (PPS-PR) entendeu que a interpretação
de que a menção a “cargos, empregos e funções” é vaga e pode abrir espaço para
situações como a da própria ministra, há a necessidade de restringir a regra de
acúmulo.
“O STF deixou o entendimento muito
elástico. Queremos deixar claros os casos em que pode acumular, para não deixar
espaço aberto para o jeitinho brasileiro”, afirmou Bueno. Segundo o
parlamentar, a ideia é manter a possibilidade de acúmulo para professores e
profissionais de saúde.
Sobre o fim das férias de 60 dias, o presidente da
Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), José Robalinho
Cavalcanti, disse que o fim das férias de dois meses “é uma discussão justa”,
mas defende que seja ampliada a outras categorias que também as recebem, como
diplomatas.
Já o presidente da Associação dos Juízes Federais
(Ajufe), Roberto Veloso, afirmou que as férias de 60 dias são uma compensação
aos magistrados porque eles não recebem horas extras e não têm direito ao FGTS.
“Não pode haver uma injustiça com os juízes. Eles têm as férias de 60 dias, mas
não têm outros direitos”, disse.
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