sexta-feira, 8 de setembro de 2017

➤Gravações de Joesley

➽ Gilmar pede investigação sobre influência no Judiciário



Baseado em reportagem da VEJa, o ministro Gilmar Mendes pediu ao Ministério da Justiça que investigue a influência da JBS no Judiciário. De acordo com as mensagens mostradas pela matéria, o diretor jurídico da empresa Francisco Assis e Silva demonstra intimidade com alguns ministros do STJ. Mendes também pede que seja investigada a citação feita a ele nas mensagens. A seu favor, diga-se que o ministro foi o primeiro a se manifestar contra o acordo realizado pela PGR e a JBS.



Mensagens sugerem compra de decisões em tribunais
No final da tarde de quarta-feira, na véspera do feriado da Independência, a Procuradoria-Geral da República recebeu mais uma bomba em seu setor de protocolo: centenas de documentos, na forma de áudios, emails e mensagens de WhatsApp, que sugerem que a JBS, ao contrário do que contou em sua delação, tentou, de forma sistemática, comprar decisões em tribunais superiores em Brasília.

São dezenas de conversas mantidas entre o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva, e uma advogada que trabalha para a empresa, Renata Gerusa Prado de Araújo. Na troca de mensagens, os dois traçam estratégias para obter decisões favoráveis a empresas do grupo — seja por meio de “pagamentos em espécie”, como eles próprios definem, seja por meio tráfico de influência — em processos sob relatoria de uma desembargadora federal, Maria do Carmo Cardoso, que vem a ser mãe da própria Renata, e de pelo menos três ministros do Superior Tribunal de Justiça: Napoleão MaiaMauro Campbell e João Otávio Noronha.

Assis e Renata também conversam sobre arestas que deveriam ser aparadas com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, a voz mais ativa contra o que considera abusos nas investigações da Lava Jato. Quem levou o acervo ao Ministério Público é o empresário Pedro Bettim Jacobi, ex-marido da advogada Renata Araújo, que está num processo litigioso de separação. Ele copiou do celular da ex-mulher os arquivos que considerava comprometedores.

OAB: “Graves e preocupantes”
A edição de VEJA que chega às bancas nesta sexta-feira traz, com exclusividade, a informação de que mensagens de WhatsApp da JBS, obtidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), sugerem que a empresa atuou para comprar decisões em tribunais superiores de Brasília. Em nota, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, classificou como “graves e preocupantes” os fatos relatados pela reportagem.

Lamachia afirmou que “é preciso agilidade nas investigações, sobretudo para esclarecer a citação a ministros do STJ [Superior Tribunal de Justiça]”. Em uma dessas mensagens, a advogada Renata Gerusa Prado de Araújo conversa com Francisco Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, sobre o pagamento de uma propina ao ministro Mauro Campbell, do STJ, em troca de uma liminar em uma medida cautelar de interesse da empresa.

Além de Campbell, as mensagens incluem citações a outros dois magistrados da segunda corte mais importante do país, João Otávio Noronha e Napoleão Nunes Maia, e a uma desembargadora federal, Maria do Carmo Cardoso, mãe de Renata.

O presidente da Ordem afirmou que, “se as investigações conduzidas pelas autoridades competentes comprovarem desvios praticados por advogados, a OAB não hesitará em aplicar o que determina o Estatuto da Advocacia com relação às punições cabíveis”. Claudio Lamachia alertou para o risco de que os fatos narrados façam pairar “suspeitas sobre todo o sistema de Justiça”

Com VEJA/Portal

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