Janot denuncia Lobão, Jader, Renan, Jucá, Raupp e Sarney
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou
ao Supremo Tribunal Federal a cúpula do PMDB no Senado – cinco senadores e dois
ex-senadores, por supostamente integrarem organização criminosa que teria
desviado recursos públicos e recebido propinas. São alvo da denúncia os
senadores Edison Lobão (MA), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL), Romero
Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO) e os ex-senadores José Sarney (AP) e Sérgio
Machado (CE).
Janot acusa os peemedebistas de receberem propina
de R$ 864 milhões e causar rombo de R$ 5,5 bilhões na
Petrobrás e de mais R$ 113 milhões na Transpetro.
Esta é a 34.ª denúncia da Procuradoria no âmbito da
Operação Lava Jato perante o Supremo.
As informações são do site da Procuradoria-Geral da
República.
Segundo a Procuradoria, ‘a organização criminosa denunciada foi inicialmente constituída e estruturada em 2002, por ocasião da eleição de Lula à Presidência da República’.
Segundo a Procuradoria, ‘a organização criminosa denunciada foi inicialmente constituída e estruturada em 2002, por ocasião da eleição de Lula à Presidência da República’.
“Iniciado o seu governo, em 2003, Lula buscou compor uma
base aliada mais robusta. Para tanto, negociou o apoio do PMDB e do PP,
respectivamente a segunda e quinta maiores bancadas da Câmara dos Deputados”,
assinala a Procuradoria.
A denúncia de 230 páginas levada nesta sexta-feira, 8, ao Supremo e faz menção a outros partidos. “Em comum, os integrantes do PT, do PMDB e do PP queriam arrecadar recursos ilícitos para financiar seus projetos próprios. Assim, decidiram se juntar e dividir os cargos públicos mais relevantes, de forma que todos pudessem de alguma maneira ter asseguradas fontes de vantagens indevidas.”
As supostas ações ilícitas voltaram-se inicialmente para
a arrecadação de recursos da Petrobrás por meio de contratos firmados no âmbito
da Diretoria de Abastecimento e da Diretoria Internacional, assim como da
Transpetro, segundo o Ministério Público Federal.
A Procuradoria ainda dá conta de que o ‘aprofundamento
das apurações levou à constatação de que, no mínimo entre os anos de 2004 e
2012, as diretorias da sociedade de economia mista estavam divididas entre os
partidos políticos responsáveis pela indicação e manutenção dos respectivos
diretores’.
“Naturalmente, a Petrobrás tornou-se uma das principais
fontes de recursos ilícitos que aportaram na organização criminosa ligada ao
PMDB e, por conseguinte, no próprio partido”, diz a denúncia.
“No limite da comunhão de interesses, quando as
lideranças políticas conseguiam aparelhar um grupo de cargos diretivos e
oferecer facilidades a agentes privados, formava-se um ambiente de
criminalidade acentuada: corrupção passiva, prevaricação, advocacia
administrativa, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção
ativa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação, cartelização e evasão
fraudulenta de divisas se multiplicavam.”
Para a Procuradoria, ‘não se questiona o fato de um
governo conquistar uma ampla base política e ter êxito na aprovação de suas
medidas no parlamento’.
Agência Estado
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