Cabral recebia ‘mesada’ de R$ 500 mil de empreiteira, aponta Operação
Calicute
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) recebeu R$ 500 mil de mesada da Carioca Engenharia
em seu segundo mandato (2010-2014). No primeiro (2007-2010), R$ 200 mil. Já a Andrade Gutierrez
desembolsou R$ 350 mil em um ano. As informações são
da investigação do Ministério Público Federal, em desdobramento da Lava Jato no
Rio. No total, a primeira empresa pagou R$ 32,5 milhões em propina e a segunda, R$ 7,7 milhões, de 2007 a 2014. Em
algumas ocasiões, para não levantar suspeitas, foram feitos, além de repasses
em espécie, depósitos fracionados em contas de Cabral, de R$ 10 mil.Capturado hoje em seu
apartamento, no Leblon, ex-governador deve ficar preso no complexo penitenciário
de Bangu.
‘Tolice é o
presidente do Senado imaginar que a sociedade vai acreditar nas suas boas
intenções’, afirma líder dos juízes
A reação em cadeia dos juízes contra Renan Calheiros
(PMDB/AL) ganhou mais um capítulo. Nesta quarta-feira, 16, o presidente da
maior entidade da toga no País, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB),
João Ricardo Costa, emitiu nota pública em que diz. “Combate à corrupção não é
tolice, é coisa séria. Tolice é o presidente do Senado imaginar que a sociedade
vai acreditar nas suas boas intenções ao investigar salários de magistrados e
tentar criminalizar juízes que tentam combater à corrupção.” A reação da AMB se
soma à de outra entidade influente do Judiciário, a Associação dos Juízes
Federais, que também desafiou Renan e revelou que um ‘administrador do xerox da
Câmara dos Deputados ganha igual a ministro do Superior Tribunal de Justiça’. O
presidente do Congresso instalou uma comissão para identificar os supercheques
do funcionalismo nos Três Poderes. Os juízes acreditam que o alvo de Renan são
eles. O peemedebista é investigado na Lava Jato.
Garotinho não
consegue transferência para hospital particular no RJ
O ex-governador do Rio, Anthony Garotinho,
preso nesta quarta (16) pela Polícia Federal do Rio, pediu transferência para o
Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, onde recebe tratamento cardíaco, mas
permanece no Hospital Municipal Souza Aguiar. Segundo a Secretaria Municipal de
Saúde, a prefeitura deu autorização para a transferência, mas a Polícia Federal
negou o pedido. Em função disso, o ex-governador continuará internado na
unidade do município. Para justificar a requisição de mudança de local, ele
apresentou um laudo assinado por um médico particular, que não é um documento
oficial do Souza Aguiar. O ex-governador é um dos
investigados na Operação Chequinho, que apura o uso do programa social Cheque
Cidadão para a compra de votos na cidade de Campos, onde a mulher dele, Rosinha
Matheus, é prefeita.
Diante da crise no
Rio, deixar Cabral solto seria uma afronta, diz Sergio Moro
Além dos indícios de que os investigados estariam
tentando destruir provas e esconder recursos ilícitos, a grave crise econômica
do Rio de Janeiro sensibilizou o juiz Sergio Moro na hora de ele assinar os
mandados de prisão contra o ex-governador Sergio Cabral e seus ex-assessores na 37ª fase da
Operação Lava Jato. No despacho, Moro afirmou que
seria uma “afronta” deixar em liberdade os investigados usufruindo do “produto
milionário de seus crimes”, enquanto a população do Rio sofre com a “notória situação
de ruína das contas públicas”. “Por conta de gestão governamental aparentemente
comprometida por corrupção e inépcia, impõe-se à população daquele Estado
tamanhos sacrifícios, com aumentos de tributos e corte de salários e de
investimentos públicos e sociais. Uma versão criminosa de governantes ricos e
governados pobres”, escreveu o juiz que conduz a Lava Jato em primeira
instância em Curitiba. Aliado de Cabral, o governador Luiz Fernando Pezão
(PMDB) enfrenta dificuldades para aprovar na Assembleia Legislativa um pacote
de arrocho para reequilibrar as finanças do Estado.
Procuradoria pede
análise das caixas ‘praia’ e ‘sítio’ pertecentes a Lula
A força-tarefa da Operação Lava Jato pediu ao juiz
federal Sérgio Moro que determine uma análise do conteúdo das caixas “praia” e
“sítio”. Elas estão guardadas na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em
São Bernardo do Campo (SP), e contêm parte do acervo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (2003/2010). Uma outra parte dos bens que o petista chama
de “tralhas” e alega ter recebido de presente quando exerceu seus dois mandatos
está acondicionada em um cofre no Banco do Brasil, no Centro velho de São
Paulo. “Praia” e “sítio” seriam referências ao tríplex do Guarujá e ao Sítio Santa
Bárbara, em Atibaia, no interior paulista, segundo os investigadores da Lava
Jato. Os dois imóveis são alvo de investigação sobre o ex-presidente. Lula é
acusado corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de cartel e propinas
na Petrobras. Denúncia do Ministério Público Federal sustenta que ele recebeu
R$ 3,7 milhões em propinas – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção na
estatal petrolífera – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.
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