Justiça condena cúpula da OAS por fraudes
em licitação de
obras de refinarias da Petrobras
Refinaria Abreu e Lima |
Dois dirigentes da OAS foram
condenados a 16 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado, pelo juiz
Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba: o ex-presidente da OAS, José
Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, e Agenor Franklin Magalhães
Medeiros, diretor da área internacional da empreiteira. Os dois deixaram o
cargo durante as investigações da Operação Lava-Jato e a ação judicial, na qual
responderam por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e participação em
organização criminosa. Dois ex-executivos da empresa, José Ricardo Nogueira
Breghirolli, e Mateus Coutinho receberam pena menor, de 11 anos de prisão. O
funcionário Fernando Augusto Stremel Andrade foi condenado a quatro anos de
prisão em regime aberto, por ter apenas cumprido ordens superiores, e teve sua
pena substituída por prestação de serviços à comunidade.
A pena da OAS refere-se apenas à corrupção do ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e pela lavagem de dinheiro no
total de R$ 41.517.936,25.
Nesta ação, que envolve apenas ilícitos vinculados à OAS, Costa foi
condenado a seis anos e seis meses de reclusão e o doleiro Alberto Youssef a 16
anos, 11 meses e dez dias de prisão. Os dois, porém, são beneficiados por terem
assinado acordo de delação premiada, que reduz o tempo da pena.
Na sentença, Moro afirmou que, embora a empreiteira não seja o alvo
direto da ação, e sim seus executivos, a OAS, por sua dimensão "tem uma
responsabilidade política e social relevante e não pode fugir a elas" e
deve assumir a responsabilidade pelas faltas como primeiro passo para superar o
esquema criminoso e recuperar a sua reputação.
Moro falou sobre a importância da delação premiada e afirmou que nenhum
dos delatores da Lava-Jato foi coagido ilegalmente a colaborar. Criticou às
defesas que atacam ferozmente a colaboração premiada, como a da OAS, lembrando
Piercamilo Davigo, um dos membros da Operação Mãos Limpas, na Itália: "A
corrupção envolve quem paga e quem recebe. Se eles se calarem, não vamos
descobrir jamais". (Agência Globo)
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