segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Presidência do PT

Candidatos voltam a criticar leilão de Libra
Candidatos ao cargo de presidente nacional do PT aproveitaram o debate realizado nesta segunda-feira para voltar a criticar o leilão de Libra, promovido no dia 21 pelo governo, além de condenar a atuação do exército para garantir sua realização. De acordo com Markus Sokol, apesar de não ter ocorrido registro de violência mais grave "até com mortes", a ação repressora para aterrorizar os sindicatos é condenável. "Houve intimidação. (A violência) começa assim", afirmou.
Segundo Valter Pomar, outro candidato ao cargo, é preciso ter uma postura de autocrítica em relação ao governo petista. "O nosso partido tem que estimular o governo brasileiro a não ter uma postura ambígua", disse, numa referência à participação da força de segurança durante o leilão. "Não foram setores do movimento sindical que se opuseram ao leilão, foi a CUT, que é dirigida na sua maioria por petistas", explicou.
Para Rui Falcão, o atual presidente da sigla, que também concorre para se manter no cargo, as manifestações contrárias à realização do leilão foram "pequenas". "Havia uma oposição de 400 manifestantes que estiveram lá. É uma mobilização pequena", afirmou. Sokol rebateu: "Houve intimidação", reforçou, acusando Rui de "desprezar 400 trabalhadores".
O leilão da área de Libra, a maior do pré-sal com potencial de produção de 12 bilhões de barris, foi realizado no dia 21 de outubro, no Rio de Janeiro. Apenas um consórcio, formado pela Petrobrás, as chinesas CNOOC e CNPC, a francesa Total e anglo-holandesa Shell participou do certame e arrematou o campo por R$ 15 bilhões. A proposta de partilha determina o pagamento de 41,65% do lucro em óleo para a União, o percentual mínimo exigido no edital.
Segundo Sokol, "um governo do PT tem a obrigação de receber os trabalhadores para um debate". Ele alfinetou ainda o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a quem chamou de 'lobinho' por ser 'afilhado político de José Sarney'. "Alguém estranhou ele não ter recebido os trabalhadores?", questionou.
De acordo com Renato Simões, o debate do governo com os trabalhadores e oposicionistas do leilão de Libra deveria ter acontecido antes de sua realização. "Em nenhum momento conseguimos aquilo que era essencial, que o partido debatesse o tema. O PT entra debaixo da mesa toda vez que tem embate entre movimentos sociais e o governo", criticou. Segundo Simões, "o protagonismo do PT está em crise". (Agência Estado)

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