Projetos populistas
Acabo de ler na
Página 10 de ZH, o comentário da jornalista Rosane de Oliveira, classificando
de populista o projeto do deputado Carlos Gomes (PRB) que institui a tarifa única
nas praças de pedágio do Estado para os motoristas que passam duas vezes, no
mesmo dia, pelo mesmo ponto.
“Conceder isenções
parece uma ideia simpática, mas é apenas demagógica”, afirma a jornalista em
seu comentário. E termina lembrando que
o projeto foi aprovado por 42 votos favoráveis e nenhum contrário. “Vendo que não
teriam como impedir a aprovação, os deputados da base do governo embarcaram na
canoa populista e votaram a favor, deixando para Tarso o ônus do veto”.
Como não quero
entrar no mérito da opinião da jornalista, embora possa fazê-lo sem qualquer
constrangimento, fico pensando em como definir o critério para considerar
populista ou demagógico um projeto que isenta de tarifas o cidadão. Não pagar o
pedágio numa segunda passagem diária pela mesma praça, é uma atitude populista,
conforme a jornalista. Admitindo que ela tenha razão, sou obrigado a perguntar
se isentar estudantes de pagamento de tarifa em ônibus, criando uma categoria
diferenciada e privilegiada de passageiros, não é demagogia nem populismo? Acho
que passa por aí a resposta para a pergunta que a jornalista faz: “Pode a Assembléia
reduzir a receita de uma empresa que acabou de assumir a conservação de
rodovias?”. No meu entendimento, a resposta pode ser dada com uma outra
pergunta: Pode o governo reduzir a receita de empresa privadas, com isenção de
tarifas para estudantes?
Penso que, antes de
classificar de demagógico ou populista algum projeto que beneficie alguma
classe de pessoas, temos que ter em mente quantas atitudes idênticas foram
tomadas no mesmo sentido. Caso contrário, corremos o risco de olhar apenas para
um dos lados. Ou não analisamos nenhum ou analisamos todos os projetos ditos
populistas.
Pedindo a proteção
de Deus, desejo a todos um Bom Dia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário