quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Mensalão

Voto do revisor – 4
"Como ocorre com frequência nos autos, algumas testemunhas estão em franca colisão com outras, o que torna a prova oral inacreditável", diz o revisor.
Barbosa pede a palavra: "A realidade é que houve uma frustração por parte dos dois acompanhantes de Marcos Valério na viagem". "Ele se apresenta na sede da empresa como Marcos Valério do PT do Brasil, mas não participaram da reunião", diz o relator.
"Os interlocutores da reunião dizem que jamais eles identificaram um representante do governo brasileiro", rebate Lewandowski.
"Mas Marcos Valério disse", diz Barbosa.
"Vejam: a prova é contraditória. Isso que quero dizer", afirma o revisor.
Barbosa se manifesta novamente: "Esse senhor não tinha nenhuma legitimidade de se apresentar no estrangeiro como um representante de um partido político que acabava de assumir o País".
"Esta provado que Marcos Valério era um aventureiro, que ia atrás de grandes negócios", diz Lewandowski.
Barbosa responde: "Esta viagem é altamente suspeita".
O ministro Ayres Britto se manifesta: "Se viajaram lado a lado, é porque as passagens foram compradas juntas, na mesma oportunidade".
Lewandowski retoma seu voto. "Pedindo escusas pelo longo voto, julgo improcedente a ação com relação ao réu Emerson Palmieri para absolvê-lo das acusações de lavagem de dinheiro e corrupção passiva".
O revisor passa agora a analisar o caso do réu Romeu Queiroz, ex-deputado pelo PMDB. Lewandowski diz que concorda com o relator. "É evidente que ele pede dinheiro, é o articulador do repasse de recursos, atua a mando de Roberto Jefferson".
"Entendo que Romeu Queiroz deve ser condenado pela prática do crime de corrupção passiva, mas absolvido da prática do crime de lavagem de dinheiro", diz Lewandowski, que encerra seu voto.

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