"Como ocorre com frequência nos autos, algumas testemunhas
estão em franca colisão com outras, o que torna a prova oral
inacreditável", diz o revisor.
Barbosa pede a palavra: "A realidade é que houve uma
frustração por parte dos dois acompanhantes de Marcos Valério na viagem". "Ele
se apresenta na sede da empresa como Marcos Valério do PT do Brasil, mas não
participaram da reunião", diz o relator.
"Os interlocutores da reunião dizem que jamais eles
identificaram um representante do governo brasileiro", rebate Lewandowski.
"Mas Marcos Valério disse", diz Barbosa.
"Vejam: a prova é contraditória. Isso que quero dizer",
afirma o revisor.
Barbosa se manifesta novamente: "Esse senhor não tinha
nenhuma legitimidade de se apresentar no estrangeiro como um representante de
um partido político que acabava de assumir o País".
"Esta provado que Marcos Valério era um aventureiro, que ia
atrás de grandes negócios", diz Lewandowski.
Barbosa responde: "Esta viagem é altamente suspeita".
O ministro Ayres Britto se manifesta: "Se viajaram lado a
lado, é porque as passagens foram compradas juntas, na mesma
oportunidade".
Lewandowski retoma seu voto. "Pedindo escusas pelo longo
voto, julgo improcedente a ação com relação ao réu Emerson Palmieri para
absolvê-lo das acusações de lavagem de dinheiro e corrupção passiva".
O revisor passa agora a analisar o caso do réu Romeu Queiroz,
ex-deputado pelo PMDB. Lewandowski diz que concorda com o relator. "É
evidente que ele pede dinheiro, é o articulador do repasse de recursos, atua a
mando de Roberto Jefferson".
"Entendo que Romeu Queiroz deve ser condenado pela prática
do crime de corrupção passiva, mas absolvido da prática do crime de lavagem de
dinheiro", diz Lewandowski, que encerra seu voto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário