Quem se preocupa em ler, ouvir ou ver, atentamente, o noticiário
sobre o que está acontecendo na política brasileira, certamente haverá de ficar
espantado com a quantidade de inverdades, para usar um termo brando, nas
declarações das pessoas. Cada um usa da informação de maneira que melhor
satisfaça suas intenções. Ou para benefício próprio, para ajudar alguém ou
alguma coisa e, o que é mais comum, para defender suas preferências partidárias
e ideológicas.
Agora mesmo, com a CPI do Cachoeira, o que tem saído de
declaração inverídica é um espanto. Confesso que chego a pensar, repito pensar,
que algumas pessoas são mal intencionadas. Tomara que eu esteja errado.
Li no Blog Periscópio, do jornalista Érico Valduga, um comentário
sobre a entrevista que o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas
(FENAJ) o gaúcho Celso Schröder concedeu ao site Sul21. Nela, o jornalista faz
graves acusações à revista VEJA, baseado em “mais de 200 gravações grampeadas
pela Policia Federal entre o editor da revista e Carlinhos Cachoeira”. Schröder
afirma que a revista deve esclarecimentos aos brasileiros.
Lembra o Valduga, em seu blog, que os dois delegados da PF que
prestaram depoimento na CPI, afirmaram que não passaram de duas, repito, duas as
gravações grampeadas e que elas mostravam, única e exclusivamente, que o
jornalista somente buscava informações para suas reportagens. Assim, o
presidente da FENAJ, teria faltado com a verdade, provavelmente em defesa de suas
convicções ideológicas. É bom lembrar que Lula encabeçou uma campanha contra a
revista nos últimos meses.
O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), depois de
confirmar que seu partido havia elaborado um “documento definindo o alvo de
seus parlamentares na CPI”, disse que não disse, que o documento apresentado
pela VEJA não tinha a assinatura de ninguém. A revista publicou hoje, documento
que prova que o tal “manual” foi elaborado e distribuído por dois funcionários
do PT, na Câmara e no Senado. Faltou com a verdade, portanto, o deputado Tatto.
E assim por diante. É difícil, muito difícil, ler o noticiário e
ter a convicção de que o que está escrito ali é a verdade. Diante de tantas,
digamos assim, inverdades, lembrei do personagem Pantaleão, criado por Chico
Anísio que, sempre que aplicava alguma mentira, perguntava para a mulher: “É
mentira, Terta?”
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