Coronavírus tem 80 mil casos
em 39 países.
Número de mortes passa de 2,7 mil
Mais de 80 mil casos do novo coronavírus já
foram notificados em todo o mundo, com 2.704 mortes confirmadas até a manhã
desta terça-feira (25). A doença, que se concentrava na China, atinge outros
países da Ásia, e provoca preocupação na Europa e Oriente Médio. Há casos em
pelo menos 39 países, com vítimas fatais em dez.
Os mercados financeiros reagiram com fortes
perdas. Na segunda-feira (24), as bolsas europeias tiveram o pior dia em quatro
anos. Nos EUA, a queda das ações foi a mais forte desde 2018.
Somente na China continental já são 2.663
mortes entre 77.660 casos, principalmente na província central de Hubei. Outros
38 países relatam casos, que já passam de 2,6 mil, com pelo menos 41 mortes em
nove deles.
A Coreia do Sul relatou que tem pelo menos 977
confirmações, e o número de mortos subiu de sete para 10. O país com o terceiro
maior número de mortes é a Itália, com sete, de um total de 283 casos
confirmados – até segunda, eram 222.
Itália isola cidades, cancela carnaval e fecha
escolas e igrejas
O medo da doença isolou ao menos 11 cidades na
Itália, cancelou carnaval de Veneza, evento de moda em Milão e provocou o
fechamento de escolas e igrejas, principalmente nas regiões do norte de
Lombardia e Vêneto. O surto se concentra nessas regiões do norte do país, onde
cerca de 100 mil pessoas enfrentam viagens e outras restrições.
Nos últimos dias, a Áustria interrompeu
temporariamente o tráfego ferroviário através de sua fronteira com a Itália.
Nas Ilhas Canárias (Espanha), um hotel em
Tenerife foi trancado depois que um médico italiano visitante deu positivo para
coronavírus. Segundo a BBC, centenas de convidados no H10 Costa Adeje Palace
Hotel foram instruídos a ficar em seus quartos enquanto os exames médicos eram
realizados. O médico é supostamente da região da Lombardia, onde as autoridades
italianas estão lutando contra um surto.
Na manhã desta terça, a Croácia confirmou seu
primeiro caso de infecção por coronavírus – e a vítima é justamente um homem
que havia estado em Milão, capital da Lombardia.
Restrições em Hong Kong, Emirados Árabes
Unidos e Irã
Nesta terça, Hong Kong anunciou que as escolas
permanecerão fechadas pelo menos até 19 de abril para impedir a propagação do
novo coronavírus. Já são 81 casos, incluindo duas mortes.
Como precaução, o aeroporto de Dubai, nos
Emirados Árabes Unidos interromperá as conexões com o Irã, exceto para a
capital Teerã. "Todos os passageiros que chegam em voos diretos de Teerã
receberão triagem térmica no aeroporto", disse um porta-voz do aeroporto.
Mais de 86 milhões de pessoas viajaram em 2019 pelo aeroporto de Dubai, um dos
mais movimentados do mundo.
A medida ocorre em razão dos casos que se
espalham pelo Irã. O Ministério da Saúde iraniano relatou 95 casos e 15 mortos.
Na segunda-feira, o parlamentar Ahmad Amirabadi Farahani, da cidade de Qom,
acusou o governo de não falar a verdade sobre o registro de mortos pela doença.
No Irã, escolas foram fechadas e começou a
higienização diária dos ônibus e do metrô de Teerã, usados por 3 milhões de pessoas
diariamente.
Na segunda-feira, 24, foram notificados casos
para a doença no Kuwait (8) e em Omã (2), ambos países árabes. Iraque,
Afeganistão e Bahrein também registraram os primeiros casos na segunda-feira.
Todos os pacientes infectados tinham ligações com o Irã.
OMS: potencial para se tornar uma pandemia
"As últimas semanas demonstraram a
rapidez com que um novo vírus pode se espalhar pelo mundo e causar amplo medo e
perturbações", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Mas "no momento não estamos testemunhando a disseminação global e contida
deste vírus", disse ele.
Quarta morte em navio na costa do Japão
Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde do
Japão informou que morreu um passageiro de 80 anos do navio Diamond Princess,
que estava em quarentena no país asiático. Esta é a quarta vítima fatal.
No entanto, a causa da morte ainda não foi
confirmada e não foram fornecidos detalhes se o passageiro havia testado
positivo para o novo coronavírus.
O Diamond Princess ficou atracado em na cidade
japonesa Yokohama por duas semanas, enquanto estava em quarentena, e quase 700
casos de coronavírus foram ligados ao navio.
Brasil monitora passageiros vindos de Itália,
França e Alemanha
Na segunda, o Ministério da Saúde adicionou
países à lista de alerta do novo coronavírus, incluindo os primeiros três da
Europa: Itália, Alemanha, França. Além desses, entram no rol do governo federal
Austrália, Filipinas, Malásia, Irã e Emirados Árabes.
Isso significa que serão considerados
suspeitos da doença passageiros que estiveram nesses locais e que apresentem
sintomas como febre e tosse. O novo enquadramento é resultado da confirmação da
transmissão do vírus dentro desses países.
Secretário de Vigilância em Saúde do
Ministério, Wanderson Oliveira afirmou que o Brasil não cogita adotar medidas
restritivas, como impedir a circulação de pessoas ou mercadorias.
O secretário disse que medir a temperatura de
todos os passageiros vindos de países sob alerta também seria ineficaz.
"Muitos casos se transmitem mesmo sem febre. Ou seja, temos situações que
passam fora deste padrão."
"O que estamos trabalhando é para que
equipes de saúde estejam atentas. Para que no momento em que uma pessoa que tem
histórico de viagem (por um das países da lista) procurar serviços de saúde,
seja investigado também a possibilidade de novo coronavírus", afirmou o
secretário.
Em conversa com o jornal "O Estado de S.
Paulo" na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto
Araújo, afirmou que o Brasil está acompanhando a situação do novo coronavírus
na Itália e seguirá as orientações da OMS para evitar que a epidemia chegue ao
país. "Não faríamos nada isoladamente", disse o ministro."
Fonte: Gazeta do Povo