Bolsonaro compartilhou
convocação
de ato para 15 de março. E
daí?
Por Alexandre
Garcia
Há uma celeuma muito
grande criada porque o presidente Bolsonaro mandou para poucos amigos um
retuíte de uma convocação para as manifestações a favor dele no dia 15 de
março.
Eu nunca falei dessa
manifestação aqui, nem falaria senão houvesse essa polêmica porque eu sou de uma
geração de que jornalismo não deve noticiar manifestações programadas porque
estará fazendo propaganda.
Os jornalistas da minha
época noticiam manifestação depois que ela se realizou. Informa se ela foi um
fracasso ou não, as reivindicações e o que aconteceu. Mas terei que falar dela
porque foi criada uma polêmica.
Eu recebi esse retuíte. No
post não é mencionado o Congresso Nacional, nem os presidentes da Câmara e do
Senado. Eu não sei porque todo esse burburinho em torno disso.
A manifestação não é ilegal,
não foi proibida e está previsto na linha 16 do art. V – que é uma cláusula
pétrea, da Constituição. “Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de autorização (...)”.
As pessoas se desacostumaram
com o contato com os políticos em geral. O normal é o sujeito ser eleito e
depois sumir. Só reaparecer novamente no período das eleições. Agora é
diferente.
Desde 2013, o povo está
acostumado a ir para a rua fora do período eleitoral. Vai para a rua para
contestar, criticar, fiscalizar e para apoiar. Há sete anos tem sido assim.
Tudo começou em São Paulo.
Eu lembro do povo na rua
para mostrar a sua força na época das Diretas Já. Mas hoje existe a rede
social, que é mais fácil para fazer uma convocação ao público. Esse é um novo
Brasil.
A democracia é exercida
com mais proximidade por parte do povo, que é o dono da democracia. A
democracia é feita em nome do povo, pelo povo e para o povo. O presidente da
República, deputados e senadores, os mandatários, têm mandantes: o povo.
Ninguém está livre da
crítica e por isso vai haver uma manifestação, mesmo que essa seja a favor do
governo atual. O objetivo da manifestação do dia 15 é que o presidente tenha os
meios para governar.
Isso acontece por culpa da
atual Constituição. A nossa Constituição dá a responsabilidade de governar para
o presidente, mas não dá os poderes, que ficam com o Congresso, que não tem
essa responsabilidade.
Eu me pergunto se esse
barulho que está sendo feito vem aqui do Brasil. Há muito barulho por nada,
como dizia Shakespeare. Agora, os que fazem barulho estão ao mesmo tempo
fazendo propaganda da manifestação do dia 15 de março.
Clima quente,
afinal, serve para alguma coisa
Tem pessoas achando que o
primeiro caso confirmado de coronavírus pode cancelar a manifestação prevista.
Há um temor a essa manifestação e eu não entendo o por quê. Talvez essas
pessoas tenham um pensamento totalitário e não conseguem suportar que haja
manifestações populares.
Esse pensamento é o mesmo
que veio de longe, o do pensamento único, o que prega o politicamente correto,
que embute uma polícia do pensamento – até o pensamento é policiado.
Para quem está com medo da
doença, eu darei uma informação científica. O vírus perde força em países
tropicais. O clima quente tem que ter algo de positivo. O contágio é mais
perigoso e rápido no frio. O brasileiro com coronavírus estava em uma região
fria da itália, por exemplo.
Vamos torcer para que esse
homem com a doença não tenha saído para o carnaval. Ele tem 61 anos e está
hospitalizado. Já os brasileiros que vieram da China e ficaram em quarentena
não estavam com a doença.
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