O que fazer após confirmação
do primeiro
caso de coronavirus no Brasil
O primeiro caso do novo
coronavírus no Brasil foi oficialmente confirmado pelo Ministério da Saúde
nesta quarta-feira (26). Um homem de 61 anos de São Paulo teve o diagnóstico da
doença confirmado por contraprova realizada no Instituto Adolfo Lutz, em São
Paulo. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou o que está sendo
feito para evitar que o coronavírus se espalhe pelo país.
Na terça-feira (25), o
Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, informou as autoridades
sanitárias sobre o primeiro teste positivo do coronavírus. O homem esteve a
trabalho na Itália, na região da Lombardia, no período de 9 a 21 de fevereiro.
Mandetta afirmou que as
autoridades de saúde já começaram a prática de cuidado intensivo para pessoas
que tiveram contato prolongado e íntimo com o paciente, e também para os seus
contatos eventuais.
O paciente chegou ao
Brasil na sexta-feira (21) sem nenhum de sintoma da doença – como febre, tosse
ou gripe – e permaneceu assim no sábado (22). No domingo (23), fez uma reunião
familiar de retorno da viagem com 30 pessoas, e começou a ter os sintomas. Na
segunda-feira (24), foi ao posto de saúde e, por causa da viagem à Itália, seu
caso foi tratado como suspeita de coronavírus.
Os passageiros que se
sentaram próximos do paciente no avião em que ele viajou estão sendo contatados
pela Anvisa através da Polícia Federal, para receberem orientação sobre como
devem agir. Eles não serão colocados em quarentena. O paciente não usou
transporte público.
O secretário-executivo do
Ministério da Saúde, João Garbardo dos Reis, minimizou o fato de que o paciente
realizou uma festa familiar com 30 pessoas Segundo ele, geralmente é necessário
“um contato mais íntimo para que haja a possibilidade” de transmissão. “Não
vamos ficar imaginando que se uma pessoa teve contato com 60 pessoas, 80
pessoas, nós vamos ter 60, 80 novos portadores do vírus. A média é muito
menor”, diz.
As pessoas que tiveram
contato mais direto com o paciente serão monitoradas por mais 14 dias depois do
período de monitoramento do paciente, que também dura 14 dias.
“Nós sempre trabalhamos
com São Paulo como sendo nossa porta de entrada, pelo tamanho, pelo porte da
economia e pelo porte do trânsito de pessoas”, disse o ministro.
Como o
ministério planeja agir para conter o coronavírus no Brasil
Wanderson de Oliveira,
secretário de Vigilância em Saúde, afirma que o planejamento do Ministério da
Saúde para o combate ao coronavírus no Brasil será semelhante ao feito durante
a pandemia do vírus influenza em 2009.
“Temos duas fases: a fase
inicial, em que nós estamos agora, que é a fase de contenção, onde nós buscamos
evitar que o vírus se espalhe. Caso ele se espalhe, nós temos a fase de
mitigação, que é evitar casos graves e óbitos”, disse Oliveira.
Mandetta destacou que que
o comportamento do novo coronavírus ainda é pouco conhecido no Hemisfério Sul.
“Vamos ver como esse vírus vai se comportar numa situação de um país tropical,
em pleno verão. É um vírus novo. Ele pode manter o mesmo padrão de
comportamento de transmissão que ele tem no hemisfério norte, onde tem o frio,
tem a temperatura como um fator. Agora, no hemisfério sul, a gente começa a
perceber qual vai ser o comportamento do vírus.”
O ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, disse que a maior preocupação deverá ser com casos de
pessoas vindas da Europa. [“Temos uma comunidade chinesa baixa e um trânsito
baixo da China com o Brasil. Já com a Itália e com os países europeus, nós
temos uma comunicação e comunidades muito extensas, e a gente percebe que o
trânsito de pessoas deve se intensificar.”
O ministro também afirmou
que um aplicativo sobre o coronavírus voltado a pessoas que estão chegando ao
Brasil está sendo desenvolvido pelo Ministério da Saúde e estará disponível nos
próximos dias.
População não
deve recorrer a vacinas contra a gripe
Apesar de não haver uma
vacina para o coronavírus, a vacinação contra outros vírus ajuda a avaliar
melhor a probabilidade de que uma gripe tenha sido causada pelo coronavírus.
Mas a vacinação contra gripe não deve ser buscada neste momento. Garbardo
explica que as vacinas disponíveis em postos de saúde atualmente ainda são para
vírus do ano passado, e não têm efetividade contra os vírus que se disseminarão
neste ano.
As novas vacinas devem
começar a chegar aos postos de saúde na segunda quinzena de março. O Ministério
da Saúde recomenda que os cidadãos tomem as vacinas novas, quando estiverem
disponíveis.
Números
No Brasil, além de 1 caso
confirmado, há 20 casos de suspeita de coronavírus e 59 casos de suspeita descartada.
Entre os suspeitos, 55% são do sexo feminino e 45% do sexo masculino. A média
de idade dos suspeitos é de 42,5 anos.
Doze dos suspeitos
viajaram para a Itália, dois para a Alemanha, dois para a Tailândia, um para a
China e um para a França. Também há um contato do caso confirmado que está
sendo considerado suspeito. Além disso, um caso suspeito é contato de outro
suspeito. Há 16 casos suspeitos na região sudeste, dois na região nordeste e 2
na região sul.
No mundo, já são 80.239
casos confirmados de gripe por coronavírus, dos quais 2.700 levaram à morte. A
China tem a maior parte dos casos, com 2.459 mortes e 77.780 casos.
Fonte: Gazeta
do Povo
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