sexta-feira, 12 de abril de 2019






Governo federal extingue mais de 13 mil cargos efetivos


Passado um mês do decreto presidencial que extinguiu 21 mil cargos comissionados, funções e gratificações da esfera federal, o governo Jair Bolsonaro anunciou o fim de 13.231 vagas. Desta vez, são cargos efetivos da administração pública federal que já estão vagos ou que devem vagar nos próximos meses.

 De acordo com o texto publicado no Diário Oficial da União, mais de 93% desses cargos já estão vagos. Apenas 916 aguardam a desocupação pelos órgãos aos quais estão submetidos.

Assessores do governo explicaram que as funções aplicadas a estas vagas estão obsoletas para a atual dinâmica. Entre cargos incluídos no decreto figuram os de jardineiro, técnico em radiologia, guarda de endemias, mestre de lancha e operador de máquinas agrícolas.

As vagas elencadas no texto oficial deixam de existir a partir de 12 de junho de 2019, reduzindo organogramas dos Ministérios da Economia e da Saúde, da Advocacia Geral da União, da Fundação Nacional de Saúde e do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (Sipec).

O enxugamento da máquina pública e a ampliação da eficiência dos serviços prestados à população têm sido reforçados pela equipe de Bolsonaro desde o início do governo. No caso de cargos comissionados, funções e gratificações extintos com o decreto de 13 de março deste ano, a expectativa do governo era de economia de mais de R$ 190 milhões anuais.

Agência Brasil








Marcelo Odebrecht: ‘Amigo do amigo 
do meu pai’ é Dias Toffoli


O empresário Marcelo Odebrecht encaminhou à Polícia Federal explicações sobre codinomes citados em e-mails apreendidos em seu computador em que afirma que apelido “amigo do amigo do meu pai” refere-se ao ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). A explicação do empreiteiro se refere a um e-mail de 13 de julho de 2007, quando o ministro ocupava o cargo de Advogado-Geral da União (AGU) no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Procurado, o Supremo não se manifestou. Interlocutores do ministro Dias Toffoli alegam que a troca de e-mails já era de conhecimento público desde o ano passado.

As informações enviadas por Marcelo Odebrecht foram solicitadas pela PF e são parte do acordo de colaboração premiada firmado por ele com a Procuradoria-geral da República. O delator está desde dezembro de 2017 em prisão domiciliar depois de passar cerca de dois anos presos em Curitiba.

Na mensagem eletrônica, Marcelo pergunta aos executivos Adriana Maia e Irineu Meireles:  “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”. Não há, entretanto, no documento enviado pelos advogados do empreiteiros à PF citações a pagamentos para o ministros. Segundo o empresário, para saber mais sobre os fatos, a PF deve questionar o ex-diretor Jurídico da Odebrecht Adriano Maia.

“Refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira. “Amigo do amigo de meu pai” se refere a José Antônio Dias Toffoli. A natureza e o conteúdo dessas tratativas, porém, só podem ser devidamente esclarecidos por Adriano Maia, que as conduziu”, diz Marcelo Odebrecht sobre o e-mail.


Com Estadão









Rio: Prédios que desabaram eram 
irregulares e estavam interditados


Prédios sendo construídos pelas milícias em 2018, na Muzema. 
Foto: Agência O Globo/Reprodução

A prefeitura do Rio de Janeiro divulgou uma nota à imprensa em que informa que os prédios que desabaram na comunidade da Muzema, na zona oeste da cidade, eram construções não autorizadas pelos órgãos municipais. De acordo com a nota, os edifícios estavam interditados desde novembro de 2018.

Os desabamentos de dois edifícios na manhã de hoje (12) deixaram pelo menos dois mortos e três feridos. O Corpo de Bombeiros atua no local em busca de outras possíveis vítimas no local.

De acordo com a prefeitura, a zona em que se encontram os prédios que desabaram e as construções vizinhas (que incluem vários edifícios) é uma área de proteção ambiental (APA) que só permite a construção de edificações unifamiliares, ou seja, casas.

“Na Muzema, as construções não obedecem aos parâmetros de edificações estabelecidos, como afastamento frontal, gabarito, ocupação, número de unidades e de vagas”, diz a nota.

A prefeitura diz na nota que, por se tratar de uma área dominada por uma milícia (grupo criminoso que controla territórios de forma armada no Rio), precisa de apoio da Polícia Militar para atuar na área.

Agência Brasil






Rosário e Haddad confirmam o óbvio: 
Bolsonaro não venceu por acaso

Foi sob o pretexto de impedir um movimento que supostamente tinha como objetivo instaurar o comunismo no Brasil que os militares deram um golpe na democracia. De fato, parte considerável da sociedade clamou por tal intervenção. Também é verdade que vozes respeitáveis como as de Fernando Gabeira e Eduardo Jorge confirmaram a intenção da esquerda, à época, em estabelecer uma ditadura para chamar de sua. Contudo, essas duas ressalvas não empanam a realidade: os militares rasgaram a Carta, perpetuaram-se no poder, cassaram direitos, torturaram e assassinaram brasileiros.

A ditadura foi tão brutal e traumática que quase 40 anos depois ainda influencia o debate público. Assim, não causa espanto que a reabertura democrática tenha sido marcada pelo sucesso eleitoral de candidaturas à esquerda. Inclusive coroando exilados e presos políticos.

Jamais saberemos ao certo, mas reza a lógica que, não tivessem os militares atropelado a Constituição, permanecido tanto tempo no poder e, acima de tudo, adotado táticas sanguinárias de modo a calar os seus opositores, talvez o pêndulo político-ideológico não tivesse guinado com tanta força no sentido contrário.

Pois guinou.

E foi sob a capa do vitimismo que a esquerda se lançou em busca do poder. Um argumento válido parece-me justo admiti-lo, mas que não deveria ter sido instrumentalizado como foi, de modo a instituir uma espécie de salvo-conduto para esmagar quaisquer obstáculos à viabilização de um projeto hegemônico. Tampouco, consumado o sucesso nas urnas, para aplicar rasteiras na sociedade.

Entretanto, exatamente assim foi feito.

Não custa lembrar, após um primeiro momento, quando Lula de fato seguiu os preceitos econômicos indicados por Fernando Henrique Cardoso, seu governo capitulou à sanha pela gastança desenfreada. O escândalo do mensalão e a bonança proporcionada pela conjuntura da economia mundial colaboraram para tamanha irresponsabilidade. O contexto explica, mas não justifica. Os mandatos de Dilma Rousseff apenas consumaram um comportamento que é comum entre aqueles afeitos ao conceito de Estado-mãe e toda sorte de falanges típicas de agendas populistas.

E não foi só na economia que o Partido dos Trabalhadores e legendas afiliadas torceram o braço do povo. Houve também o maior escândalo de corrupção na história recente da República. Houve o aparelhamento da máquina pública de modo a corromper e financiar a sua própria perpetuação no comando do Brasil. O enriquecimento de políticos como Sérgio Cabral e empresas como a Odebrecht, assim como o definhar da Petrobras não foram casos isolados, mas consequências naturais.

Por fim, se levarmos em conta que o surgimento da Operação Lava-Jato é recente, nada contribuiu mais para o paulatino crescimento de uma repulsa pela esquerda do que a sua postura diária.

A sensação de sufoco sempre foi palpável para aqueles que não rezavam pela cartilha do status quo. Além do que, lideranças como Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann, José Dirceu, Marco Aurélio Garcia, João Pedro Stédile e o próprio Luiz Inácio, dentre tantos outros, em momento algum ergueram a voz em prol do diálogo, em defesa do bom convívio e do arrefecimento dos humores. Bem ao contrário,  “eles têm que apanhar nas ruas e nas urnas” e “porrada nos coxinhas” foram manifestações que definiram o tom da dinastia petista.

Foi desse jeito, optando pela estratégia divide et impera, que a esquerda inoculou em boa parte da sociedade o obscurantismo. A aversão à troca de ideias com quem, afinal de contas, sempre esteve “do outro lado”. Em suma, criaram uma espécie de incubadora que mais cedo ou mais tarde tenderia a explodir.

Pois explodiu.

De certa forma, o bolsonarismo era um fenômeno esperado. Houve astúcia por parte do presidente e do seu time de assessores para surfar a onda no momento certo, claro, mas a rejeição ao Partido dos Trabalhadores e à esquerda em geral já estava consolidada.

Também não me impressiona a retórica raivosa, de uma boçalidade às vezes difícil de conceber. O atual governo sabe que esse discurso apenas incomoda quem de todo jeito já não o apoia. Por outro lado, funciona para ressuscitar traumas e rancores, combustíveis indispensáveis para manter acesa a sua militância.

O que me espanta é perceber o estado de negação e mesmo a obtusidade da esquerda.

Esperava-se, pelo menos este que vos escreve esperava, o comportamento de alguém que estivesse à vontade no papel de oposição. Afinal, esse sempre foi um posicionamento histórico dos chamados progressistas. Contudo, o que se vê são constantes tropeços, mesmo diante de um governo incapaz de passar muito tempo sem oferecer oportunidades a serem politicamente exploradas.

Pior do que isso, há uma clara preferência pela retórica e por atitudes que justamente levaram a sociedade e preferir até mesmo um candidato inóspito, de discurso odioso e sem qualquer traquejo para liderar o país a suportar outros 4 anos sob o seu jugo.

Não bastasse a insistência no endeusamento do ex-presidente Lula e a incapacidade de fazer autocrítica, bem como o apoio formal à ditadura Madurista, esta semana mesmo a deputada federal Maria do Rosário e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad fizeram questão de reforçar esse sentimento.

Primeiro, graças a uma ação da deputada por injúria, o apresentador e comediante Danilo Gentili foi condenado a 6 meses de prisão; depois, candidato à presidência da República na eleição passada, Haddad entrou em um bate-boca ginasial com o vereador Carlos Bolsonaro, e usou um tom que, na opinião de muitos, inclusive grupos ligados à causa LGBTQ, flertou com a homofobia.

A relutância do Partido dos Trabalhadores e de boa parte da esquerda em fazer uma admissão pública dos crimes cometidos contra a sociedade e a preferência pelo discurso do ódio durante quase duas décadas é um acinte do ponto de vista moral, todavia, não deixa de ser compreensível dentro de uma estratégia pragmática.

A mudança no tom, ainda por cima agora, quando boa parte das pessoas se vê órfã de um discurso moderado, não seria apenas inteligente como abriria o caminho para um futuro além do lulopetismo.

Ao que parece, não há esse interesse.

Convenhamos, Bolsonaro não venceu por acaso.

Mario Vitor Rodrigues
Escritor, analista político
Gazeta do Povo






PF indica repasses de R$ 1,5 milhão 
da Odebrecht a Rodrigo Maia e seu pai

Cesar Maia e Rodrigo Maia
Pericia da Polícia Federal encontrou nos sistemas de comunicação e contabilidade da Odebrecht registros de pagamentos de R$ 1,5 milhão para codinomes associados ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao pai dele, o ex-prefeito do Rio e vereador César Maia (DEM). Parte dos pagamentos está relacionada nas planilhas a obras da empreiteira.

O relatório da PF, de janeiro deste ano, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana junto com um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para prorrogar um inquérito sobre Rodrigo e César Maia — o prazo concedido anteriormente terminou. O relator é o ministro Edson Fachin.

O inquérito, aberto após a delação da Odebrecht, apura supostos pagamentos ilícitos aos políticos entre 2003 e 2013. Também são investigadas doações eleitorais oficiais feitas por empresas parceiras a mando da Odebrecht — prática batizada de caixa três.

Dodge afirma na petição ao STF que o inquérito encontrou indícios de corrupção e lavagem de dinheiro. A assessoria de Rodrigo Maia informou que, por ora, ele não vai se manifestar.

Os sistemas da empreiteira registraram, conforme a perícia, execuções de pagamento de R$ 608,1 mil para “Botafogo”, R$ 300 mil para “Inca” e R$ 550 mil para “Despota”.


No próprio sistema, separadamente, havia uma planilha intitulada “Tradução” com os nomes de Rodrigo associado a “Inca” e de César, a “Despota”. Segundo as delações, Botafogo era outro apelido dado ao presidente da Câmara.

Um dos pagamentos para “Despota”, por exemplo, trazia ao lado a anotação de uma obra relacionada, “UHE São Francisco”.

Os delatores Benedicto Júnior e Cláudio Melo Filho também entregaram à PF números de telefones fixos e celulares que, segundo eles, eram utilizados para conversar com Rodrigo Maia no período investigado.

A polícia enviou ofícios às operadoras de telefonia para saber em nome de quem as linhas telefônicas estavam. Ainda não houve resposta das empresas — um dos motivos para Dodge pedir a prorrogação do inquérito.

Segundo o delator Benedicto Júnior, Rodrigo Maia lhe pediu, em 2013, R$ 350 mil para o diretório fluminense do DEM, valor que teria sido entregue na casa do deputado. Já em 2010, solicitou R$ 600 mil para a campanha do pai.

Com Gazeta do Povo






Dois prédios desabam no Rio

Dezenas de pessoas vasculham os escombros para tentar localizar 
possíveis vítimas. Ao menos um ferido foi retirado por moradores e levado para o socorro do Corpo de Bombeiros.

Dois prédios desabaram na Muzema, comunidade na Zona Oeste do Rio, na manhã desta sexta-feira (12). Os imóveis têm cerca de quatro andares. Dezenas de pessoas e bombeiros vasculham os escombros para tentar localizar vítimas.

A Prefeitura do Rio de Janeiro informou que as construções que desabaram são ilegais. Moradores afirmam que há pessoas sob os escombros.

O desabamento aconteceu por volta das 7h desta sexta-feira (12). Uma das construções tem quatro andares e outra tem três. A área de isolamento foi ampliada pelos bombeiros, que consideram que outros prédios da região podem ir abaixo. Há um forte cheiro de gás.

Cerca de 60 prédios estão em fase de construção na região. Reportagem do RJ2 mostrou que os criminosos atuam na construção e venda de imóveis irregulares.

Ao menos um ferido foi retirado por moradores e levado para o 
socorro do Corpo de Bombeiros. Ele foi colocado sobre uma porta, 
usada como uma maca improvisada.


Uma mulher, que se identificou como Érica, contou que tentava encontrar a mãe nos escombros. O padrasto conseguiu sair prédio.

“Meu padrasto está vindo pra cá, mas a minha mãe está gritando ali. Os moradores que estão ajudando foram até ali e ouviram uma senhora gritar exatamente no quarto dela”, disse a moradora.

De acordo com ela, os moradores estavam preocupados com as consequências da chuva e as construções que não paravam.

“Eles construindo sem fim, sem parar. Uma construção atrás da outra, uma loucura. Era retroescavadeira, explosões constantes. Só querem construir e vender”, afirmou a moradora.


Resumo:
Dois prédios de cerca de quatro andares desabaram
Moradores relatam que há vítimas sob os escombros
Um homem aparentemente desacordado foi socorrido
Prefeitura informou que construções na região são irregulares
Comunidade da Muzema é controlada por milicianos
Região foi muito afetada pelo temporal do início da semana

Com G1/Fotos