PF indica repasses de R$ 1,5 milhão
da Odebrecht a
Rodrigo Maia e seu pai
Cesar Maia e Rodrigo Maia |
Pericia da Polícia Federal encontrou nos sistemas de
comunicação e contabilidade da Odebrecht registros de pagamentos de R$ 1,5
milhão para codinomes associados ao presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), e ao pai dele, o ex-prefeito do Rio e vereador César Maia
(DEM). Parte dos pagamentos está relacionada nas planilhas a obras da
empreiteira.
O relatório da PF, de janeiro deste ano, foi enviado ao
Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana junto com um pedido da
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para prorrogar um inquérito sobre
Rodrigo e César Maia — o prazo concedido anteriormente terminou. O relator é o
ministro Edson Fachin.
O inquérito, aberto após a delação da Odebrecht, apura
supostos pagamentos ilícitos aos políticos entre 2003 e 2013. Também são
investigadas doações eleitorais oficiais feitas por empresas parceiras a mando
da Odebrecht — prática batizada de caixa três.
Dodge afirma na petição ao STF que o inquérito encontrou
indícios de corrupção e lavagem de dinheiro. A assessoria de Rodrigo Maia
informou que, por ora, ele não vai se manifestar.
Os sistemas da empreiteira registraram, conforme a
perícia, execuções de pagamento de R$ 608,1 mil para “Botafogo”, R$ 300 mil
para “Inca” e R$ 550 mil para “Despota”.
No próprio sistema, separadamente, havia uma planilha
intitulada “Tradução” com os nomes de Rodrigo associado a “Inca” e de César, a
“Despota”. Segundo as delações, Botafogo era outro apelido dado ao presidente
da Câmara.
Um dos pagamentos para “Despota”, por exemplo, trazia ao
lado a anotação de uma obra relacionada, “UHE São Francisco”.
Os delatores Benedicto Júnior e Cláudio Melo Filho também
entregaram à PF números de telefones fixos e celulares que, segundo eles, eram
utilizados para conversar com Rodrigo Maia no período investigado.
A polícia enviou ofícios às operadoras de telefonia para
saber em nome de quem as linhas telefônicas estavam. Ainda não houve resposta
das empresas — um dos motivos para Dodge pedir a prorrogação do inquérito.
Segundo o delator Benedicto Júnior, Rodrigo Maia lhe
pediu, em 2013, R$ 350 mil para o diretório fluminense do DEM, valor que teria
sido entregue na casa do deputado. Já em 2010, solicitou R$ 600 mil para a
campanha do pai.
Com Gazeta do Povo
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