'Marta não é bem-vinda',
diz Stédile em evento do
MST
É a primeira vez que uma
liderança do PT manifesta
publicamente o veto à volta de Marta ao partido
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
fechou a porta para a volta da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT. Em evento
realizado neste sábado, em Guararema (SP), João Pedro Stédile, da coordenação
nacional movimento, manifestou diante de lideranças petistas o descontentamento
com uma possível volta de Marta ao PT.
“Marta não é
bem-vinda (de volta ao PT)”, resumiu Stédile.
O MST é hoje uma das
principais forças na base do PT. Na plateia estavam o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um
dos vice-presidentes da legenda e Juliano Medeiros,
presidente nacional do PSOL.
Marta deixou o partido em
2015 com fortes críticas aos casos de corrupção envolvendo integrantes do
partido revelados nos escândalos do Mensalão e Lava Jato e se filiou ao MDB. No
ano seguinte a então senadora votou a favor do impeachment
da então presidente Dilma Rousseff e, depois, se
incorporou à base de apoio de Michel Temer.
Há alguns meses, no
entanto, ela tenta uma reaproximação com o a esquerda depois de se desfiliar do
MDB. O movimento teve reação positiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que
em uma entrevista disse que Marta foi a “melhor prefeita que São Paulo já
teve”.
Respaldados por
Lula, alguns líderes do PT tentaram articular a volta dela ao
partido, mas a hipótese mais provável é que Marta se filie
a outra legenda. Lula projeta uma chapa com a ex-prefeita como candidata a vice
de Fernando Haddad.
Em jantar com advogados do
grupo Prerrogativas, duas semanas atrás, ele disse estar à disposição para
cumprir qualquer papel que ajude na formação de uma frente de centro-esquerda
capaz de se opor ao governo Jair Bolsonaro.
Segundo João Paulo Rodrigues, que
também integra a coordenação nacional do MST, o movimento aceitaria a presença
de Marta em uma chapa com Haddad (que também é o preferido dos sem-terra).
“Aliança é possível. Já votamos no (Mário) Covas
contra o (Paulo) Maluf (na eleição para o governo de São Paulo
em 1998), né?”, lembrou o líder sem-terra.
O veto do movimento a
Marta aconteceu durante o encontro de fim de ano dos amigos do MST na Escola
Nacional de Formação Florestan Fernandes, em Guararema (SP).
Fonte: Estadão
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