“Ele só queria roubar um
celular”
Muita gente que morreu em
acidentes nas estradas nestes dias de feriadão estava sem cinto de segurança. É
incrível como as pessoas não tomam a iniciativa de proteger seu próprio corpo.
Eu uso cinto há 52 anos.
Claro que não era obrigatório naquela época e nem havia cinto no meu carro. Eu
tive que comprar um cinto importado, um GM, e mandei aparafusar no assoalho do
meu Karmanguia.
O cinto que eu comprei era
subabdominal, mas eu queria proteger meu nariz, meus dentes, meus olhos e minha
vida. Adiantou muito porque em uma ponte, onde só cabia um carro, um caminhão
desceu sem freio e eu arranquei o eixo traseiro do caminhão com todo feixe de
mola. Imagina a força do impacto e eu saí absolutamente inteiro.
Eu vejo tanta gente
morrendo de graça por estar sem cinto, ou até matando. Eu já vi um acidente em
que os dois jovens que estavam o assento traseiro, sem cinto, mataram os dois
que estavam na frente com cinto dando cabeçadas na nuca.
Cada vez mais
a impunidade estimula o crime
Foto: RBS |
Em Porto Alegre, mataram
uma jovem de 23 anos quando ela entregou um celular durante um assalto. Mesmo
assim a mataram. Eles querem mostrar poder. Engraçado que eu vi um
ex-presidente falando que o sujeito “só quer roubar um celular”. Como se
tivesse direito.
As medidas do Supremo Tribunal
Federal (STF) estimulam o crime. Eu citei ontem (18) uma frase de Gilmar Mendes
em 2016, quando ele votava pela prisão em segunda instância, dizendo que isso
só estimularia a impunidade. E é verdade.
Vejam só uma série de
atitudes dos nossos representantes, mandatários, servidores, dos que servem o
povo - já que todo poder emana do povo:
Primeiro a progressão de
regime: o sujeito cumpre um sexto da pena e vai embora, se ele for condenado a
18 anos vai cumprir três. Tem também a visita íntima, que faz com que a prisão
vire motel. Depois a pessoa tem a pena reduzida dependendo da quantidade de
livros que ela diz que leu: o ex-senador Luiz Estevão leu quase uma biblioteca
inteira para reduzir a pena dele.
O sujeito tem sete saídas
por ano. No Dia das Crianças, os assassinos da menina Isabela Nardoni saem e,
no dia dos pais, a Suzane Richthofen sai. Existe ainda o auxílio-reclusão que é
uma gratificação porque a pessoa está na prisão, e o valor é maior que o
salário mínimo.
Eles têm audiência de
custódia em que o sujeito é solto 24 horas depois, se o juiz achar que ele não
precisa ficar preso. Depois tem o Estatuto da Criança e do Adolescente que
solta criminosos, homicidas, assaltantes - aliás, eu não posso nem chamar de
criminoso quem não tem 18 anos.
Fizeram campanha para não
construir presídio. Aí não tem onde colocar quem comete crime e tira gente do
presídio para ficar solto na rua. Depois fizeram uma campanha contra a polícia
e falaram que o traficante é um benemérito das periferias dizendo que a polícia
é má.
Depois impedem o cidadão
de ter arma para se defender e para defender a sua própria casa. E também dizem
que as drogas são só recreativas, que é um negócio inofensivo, que não têm
problema mesmo enquanto crianças.
Aí vem o ministro Sergio Moro
e tenta botar ordem nisso, acabar com a impunidade; trancafiar criminosos,
corruptos, assassinos, homicidas e assaltantes. Essas pessoas têm que ser
tiradas de circulação para não continuar nos prejudicando. Agora, os nossos
representantes no Congresso Nacional estão querendo desidratar o Pacote
Anticrime do ministro Sergio Moro. Cabe a nós reagir, já que todo poder emana
do povo - e o povo está com medo.
Alexandre Garcia
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