Com hérnia ou sem hérnia,
Bolsonaro
trouxe ao Brasil um novo
jeito de governar
O presidente Jair
Bolsonaro irá se submeter a uma nova cirurgia no domingo (8) para a correção de
uma hérnia, em consequência das várias vezes em que a parede abdominal foi
aberta. E também da movimentação e esforços que ele tem feito.
O presidente diz que quer
aparecer no dia 20 na Assembleia Geral da ONU. Do dia 8 ao dia 20, são 12 dias
da cirurgia. Ele disse que vai nem que seja de maca ou cadeira de rodas.
A verdade é que o médico
já pediu para ele ficar dez dias em repouso. Mas Bolsonaro é muito inquieto.
Vamos ver porque ele tem que fazer muitas coisas até lá. Tem a indicação do
novo procurador-geral da República (PGR), a questão do embaixador em Washington
e há ainda os vetos da lei de abuso do poder econômico. Bolsonaro tem que dar
uma decisão sobre os vetos até quinta-feira.
É interessante como ele
faz as coisas de uma hora para outra. No sábado (31), havia seis jornalistas
cobrindo a movimentação do presidente e ele foi ao setor militar urbano para
comer um churrasco. Acabou que ele convidou os seis jornalistas para sentarem
com ele e concedeu entrevista.
No domingo, ele foi
assistir ao jogo do Palmeiras na casa de Silvio Santos, em São Paulo, e depois
se submeteu ao exame do abdômen que resultou na decisão de que ele deveria
fazer, sim, a uma cirurgia para corrigir essa hérnia.
Enquanto isso, o
presidente também tem reuniões da Amazônia, mas ele quer falar sobre isso
quando chegar à ONU. Só para lembrar: tem um projeto que fala em garimpo em
terra indígena.
O objetivo desse projeto é
dar poder ao indígena - a terra na verdade é da União, mas é uma reserva
indígena - para que eles possam fazer acordos e contratos com garimpeiros.
Assim como existe o direito legal de ter uma praça de pedágio, ou seja,
regulamentar as coisas – evitando aquela história de jogar um tronco e
interromper a estrada para pedir pedágio. Isso evita que o indígena seja aquela
figura de museu: intocável e com a terra intocável.
Os indígenas estão
aprendendo a dirigir trator. Eles também querem lucro, produção e faturamento,
como os outros brasileiros. E tem gente que quer impedir. É uma coisa muito
estranha isso.
A Lava Jato segue viva
Na 13º Vara Federal de
Curitiba, o juiz que substituiu Sergio Moro pegou duro com um laranja da
Odebrecht. Nilton Serson, que é advogado, serviu como laranja e acumulou R$ 78
milhões em propina para ministros de Lula e Dilma.
Mas o Banco Central só
descobriu R$ 2,7 milhões e o resto está no exterior. Se ele estiver livre, vai
conseguir movimentar o dinheiro do exterior. Ele pode até tirar o dinheiro e
converter em ouro.
Para evitar isso, o juiz
Luiz Antonio Bonat decretou a prisão do acusado por tempo indeterminado. Isso
mostra que a Lava Jato está firme e viva, embora muita gente tente
enfraquecê-la para defender corruptos.
O povo brasileiro está
acompanhando isso e identificando quem está tentando enfraquecer a operação e
quem está pensando no próprio futuro para um dia a Lava Jato deixar de existir.
Um novo jeito de governar
Houve uma mudança no
estilo de governar. Em uma entrevista, o presidente da Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial - que é um alto funcionário no ministério da
Economia - teria dito que o secretário de Produtividade e Emprego - do mesmo
ministério - teria feito pedidos não republicanos.
Esse é um termo novo para
dizer que foi pedido ilegal, de malandragem e de vigarice. Com isso, o
presidente Bolsonaro disse que uma ou duas cabeças vão cair e que eles já estão
investigando para saber o que há por trás dessa acusação.
Esse é um novo modo de não
botar panos quentes para não esfriar uma questão. É uma questão de investigar,
de saber se a pessoa fez a denúncia sem motivo (o que seria calúnia) ou se
realmente tinha motivo e resolveu colocar no ventilador - quando poderia ter
contado para o ministro da Economia.
Alexandre Garcia
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