sexta-feira, 19 de julho de 2019






Na era Bolsonaro, partidos cuidam da
política e o governo, dos ministérios

O presidente Jair Bolsonaro completou 200 dias de governo. Ele já comemorou ontem (dia 18) em uma solenidade no Palácio do Planalto. Eu estou há 43 anos em Brasília, acompanho a política há muito mais tempo do que isso talvez, desde criança mesmo porque meu pai era de rádio.

Eu gostaria de dizer o seguinte: não sei se vocês observaram, eu observei, o que a gente nota é que acabou aquela era em que os partidos políticos mandavam nos ministérios e não o presidente da República. Os ministérios e as estatais eram usados para encher os cofres dos partidos e os bolsos dos seus políticos.

Era quase um regime parlamentarista. Hoje não, hoje o Executivo cuida do Executivo e o Parlamento se reforçou como se viu na reforma da Previdência. Valorizou. O presidente não dá palpite no Legislativo e o presidente da Câmara ganhou poderes que os outros presidentes não tinham, porque ficavam atormentados pelas negociatas de ceder ministérios para o partido dele.

O que a gente tem hoje, nesses 200 dias, é uma mudança. Muita gente ainda não se acostumou com ela e pensam que essa coisa diferente que estão vendo é também errada. Mas esse errado é de acordo com os padrões antigos. De acordo com os novos padrões a gente vai medir pelos resultados.

É óbvio, mas precisou dizer
Na comemoração de ontem (dia 18), o presidente anunciou novidades que deveriam ser antiguidades para o país, mas não são. Entre elas, é que para ocupar cargo público ou função de confiança tem que ter idoneidade moral e conduta ilibada. Isso é o óbvio, mas precisou dizer isso.

Em segundo lugar: para ocupar cargos e funções de confiança o sujeito tem que demonstrar qualidade profissional ou acadêmica de acordo com a função que vai ocupar. É mais ou menos o que está acontecendo com os ministros de hoje, que são eminentemente técnicos e que estão trabalhando de acordo com as ordens do presidente, mas de modo técnico e não político. Essa é uma grande mudança.

Pornô com dinheiro público, não
Precisou revogar mais de 300 decretos para fazer mudanças, como, centralizar a legislação sobre idosos e até cinema. Você financiaria um filme pornográfico com o seu dinheiro de contribuinte?

Pode fazer filme pornográfico, não tem problema, mas não com dinheiro do povo. Gaste o seu próprio dinheiro, invista e depois tire na bilheteria.

Apoio aos alimentos artesanais
Houve um anúncio de apoio aos alimentos artesanais. Vocês lembram que muitas vezes na feira o sujeito está vendendo a linguiça que faz em casa ou o queijo que faz em casa e chega a fiscalização e leva tudo?

Pois agora foi criado um selinho para mostrar que é produto artesanal. Vai começar com laticínios, queijo principalmente; depois vai para as carnes, peixe defumado e linguiças; mel e seus outros produtos para incentivar a produção em casa.

Confiança da indústria só aumenta
A Agência Nacional de Petróleo liberou que se compre o botijão de gás de 13 quilos direto da distribuidora. Não precisa pagar a comissão do revendedor no preço do gás.

O resultado de tudo isso é que a indústria está aumentando o nível de confiança e expectativa pelo segundo mês consecutivo. A indústria foi a que mais perdeu no período da recessão do governo Dilma, momento no qual se criou mais de 12 milhões de desempregados.

Boas notícias sobre esses 200 dias de mudanças.

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

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