sexta-feira, 24 de maio de 2019






Dinheiro público escoa pelo ralo de estatais 
deficitárias. Em 2019 elas vão custar mais R$ 22 bi


O governo federal gastou R$ 19,6 bilhões no ano passado para manter 18 estatais dependentes da União, ou seja, que não geram receita suficiente para bancar suas despesas e precisam de socorro do dinheiro público. Entre as empresas, estão a EBC, conglomerado de mídia; a EPL, conhecida como estatal do trem-bala; e a Ceitec, chamada de estatal do 'chip do boi'. Para este ano, o valor desembolsado deve ser ainda maior: quase R$ 21,6 bilhões.

A estatal dependente que mais demandou recursos do Tesouro foi a Ebserh, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Ela precisou de R$ 4,7 bilhões para bancar suas despesas básicas, como folha de pagamento e conta de água e luz, e para fazer eventuais investimentos. Ao todo, 91% das despesas da Ebserh foram bancadas com o dinheiro enviado pelo Tesouro.
 
A Ebserh foi criada em 2011, no primeiro governo Dilma Rousseff, para administrar hospitais universitários. São atualmente 40 hospitais que prestam atendimento pelo SUS. No fim do ano passado, o governo Temer recomendou à atual gestão que monitorasse a situação da estatal, para avaliar se ela realmente é necessária. Isso porque, observou a gestão Temer, as subvenções à Ebserh crescem a cada hospital que é incorporado pela estatal. Antes, as unidades de saúde eram administradas pelas próprias universidades.


Além da Ebserh, outras estatais que mais precisam de aportes bilionários do Tesouro são a Embrapa, de pesquisa e desenvolvimento na área da agropecuária; a Conab, de gestão da política agrícola; o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), com atuação em Porto Alegre; a Companhia de Desenvolvimento dos Vales São Francisco e do Parnaíba (Codevasf); o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA); e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CTBU), com atuação em Belo Horizonte, Recife, Maceió, João Pessoa e Natal.

Juntas, essas sete estatais receberam 76,84% de toda a verba da União destinada às 18 estatais dependentes. As empresas que receberam os menores aportes foram a Ceitec, que produz semicondutores, e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que foi criada pelo governo Dilma para tocar o projeto do trem-bala, que nunca saiu do papel.


Em relação ao grau de dependência da União, ou seja, o percentual de despesas da estatal que dependem de dinheiro do Tesouro para serem pagas, a Amazul é a campeã. Todas as suas despesas são pagas com as subvenções do Tesouro. A estatal é vinculada ao ministério de Minas e Energia e desenvolve tecnologias nucleares para a Marinha.

Depois, as outras estatais que mais dependem do Tesouro são a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico; a Valec, de construção e administração das ferrovias; a EPL; e a Embrapa. Todas com grau de dependência superior a 95%.


Até o momento, o governo anunciou a privatização de duas estatais dependentes. Uma delas é a Companhia Brasileira de Trens Urbanos. A outra é a Trensurb, responsável pelo metrô de superfície de Porto Alegre. Ambas estão vinculadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional.


Com Gazeta do Povo

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