Dinheiro público escoa
pelo ralo de estatais
deficitárias. Em 2019 elas vão custar mais R$ 22 bi
O governo federal gastou
R$ 19,6 bilhões no ano passado para manter 18 estatais dependentes da União, ou
seja, que não geram receita suficiente para bancar suas despesas e precisam de
socorro do dinheiro público. Entre as empresas, estão a EBC, conglomerado de
mídia; a EPL, conhecida como estatal do trem-bala; e a Ceitec, chamada de
estatal do 'chip do boi'. Para este ano, o valor desembolsado deve ser ainda
maior: quase R$ 21,6 bilhões.
A estatal dependente que
mais demandou recursos do Tesouro foi a Ebserh, a Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares. Ela precisou de R$ 4,7 bilhões para bancar suas despesas
básicas, como folha de pagamento e conta de água e luz, e para fazer eventuais
investimentos. Ao todo, 91% das despesas da Ebserh foram bancadas com o
dinheiro enviado pelo Tesouro.
A Ebserh foi criada em
2011, no primeiro governo Dilma Rousseff, para administrar hospitais universitários.
São atualmente 40 hospitais que prestam atendimento pelo SUS. No fim do ano
passado, o governo Temer recomendou à atual gestão que monitorasse a situação
da estatal, para avaliar se ela realmente é necessária. Isso porque, observou a
gestão Temer, as subvenções à Ebserh crescem a cada hospital que é incorporado
pela estatal. Antes, as unidades de saúde eram administradas pelas próprias
universidades.
Além da Ebserh, outras
estatais que mais precisam de aportes bilionários do Tesouro são a Embrapa, de
pesquisa e desenvolvimento na área da agropecuária; a Conab, de gestão da
política agrícola; o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), com atuação em Porto
Alegre; a Companhia de Desenvolvimento dos Vales São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf); o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA); e a Companhia
Brasileira de Trens Urbanos (CTBU), com atuação em Belo Horizonte, Recife,
Maceió, João Pessoa e Natal.
Juntas, essas sete
estatais receberam 76,84% de toda a verba da União destinada às 18 estatais
dependentes. As empresas que receberam os menores aportes foram a Ceitec, que
produz semicondutores, e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que foi
criada pelo governo Dilma para tocar o projeto do trem-bala, que nunca saiu do
papel.
Em relação ao grau de
dependência da União, ou seja, o percentual de despesas da estatal que dependem
de dinheiro do Tesouro para serem pagas, a Amazul é a campeã. Todas as suas
despesas são pagas com as subvenções do Tesouro. A estatal é vinculada ao
ministério de Minas e Energia e desenvolve tecnologias nucleares para a
Marinha.
Depois, as outras estatais
que mais dependem do Tesouro são a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de
pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico; a Valec, de construção e
administração das ferrovias; a EPL; e a Embrapa. Todas com grau de dependência
superior a 95%.
Até o momento, o governo anunciou a privatização de duas estatais dependentes. Uma delas é a Companhia Brasileira de Trens Urbanos. A outra é a Trensurb, responsável pelo metrô de superfície de Porto Alegre. Ambas estão vinculadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
Com Gazeta do Povo
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