quarta-feira, 3 de outubro de 2018

➤Sarampo

Brasil tem mais de 1,9 mil casos confirmados

Foto: Agência Brasil/Reprodução
Até o dia 1º de outubro, 1.935 casos de sarampo foram confirmados no Brasil – sendo 1.525 no Amazonas e 330 em Roraima. O Amazonas contabiliza ainda 7.873 caso em investigação e Roraima, 101. Casos isolados foram registrados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (18), Rio Grande do Sul (33), em Rondônia (3), Pernambuco (4), no Pará (14), Distrito Federal (1) e em Sergipe (4).

Ainda de acordo com a pasta, dez mortes por sarampo foram confirmadas, sendo quatro em Roraima (3 estrangeiros e 1 brasileiro), quatro no Amazonas (todos brasileiros, sendo 2 em Manaus e 2 no município de Autazes) e dois no Pará (indígena e venezuelano).

Campanha

Balanço divulgado hoje (3) pelo ministério aponta que 97,7% das crianças com idade entre 1 ano e menores de 5 anos foram vacinadas contra o sarampo, enquanto 97,9% receberam a dose contra a poliomielite. Até o momento, 15 estados atingiram a metade 95% de cobertura para as duas vacinas.

Alerta

O Brasil tem até fevereiro de 2019 para reverter os surtos de sarampo registrados em diversas áreas do país – sob pena de perder o certificado de eliminação da doença, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em 2016. O alerta foi feito pela assessora regional de Imunizações da entidade, Lúcia Helena de Oliveira, durante a 20ª Jornada Nacional de Imunizações, no Rio de Janeiro.

O critério adotado pela entidade para conferir transmissão sustentada é que o surto se mantenha por um período superior a 12 meses. As autoridades sanitárias brasileiras, portanto, correm contra o tempo, já que os primeiros casos da doença no Norte do país foram identificados no início do ano.

“Sabemos que os casos no Brasil são de importação, lamentavelmente, pelas condições de saúde em que vive a Venezuela. Mas só estamos tendo casos de sarampo no Brasil porque não tínhamos cobertura de vacinação adequada. Se tivéssemos, esses casos viriam até aqui e não produziriam nenhum tipo de surto”, destacou a assessora da Opas.

Agência Brasil

➤Doenças reaparecem

Um terço dos médicos deixa Venezuela


A crise econômica na Venezuela causou o colapso do sistema de saúde. A constatação é da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) que, em documentos internos, alerta para a fuga de um a cada três médicos venezuelanos e para a explosão de novos casos de aids, malária, tuberculose, sarampo e difteria.

"Uma progressiva perda de capacidade operacional no sistema de saúde, nos últimos cinco anos, foi intensificada em 2017 e 2018, afetando o acesso ao tratamento gratuito e livre acesso a remédios", afirmou um documento da Opas, o escritório regional da Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Muitos hospitais estão operando em condições desafiadoras e a Federação Médica da Venezuela estima que 22 mil médicos deixaram o país", diz o levantamento da chancelaria venezuelana.. Como havia 66 mil profissionais registrados, em 2014, significa que 1 a cada 3 foi embora, prejudicando tratamento intensivo, emergências e anestesia.

Estima-se que 6 mil técnicos de laboratórios e bioanalistas fizeram parte do êxodo de profissionais, além da fuga de 5 mil enfermeiras. Não por acaso, a Opas considera que o sistema de saúde da Venezuela está "sob estresse". Além da mão de obra, falta também remédios e equipamentos. "Isso afetou a rede de saúde e sua capacidade de dar uma resposta a emergências e a epidemias."


O colapso está registrado nas estatísticas. Enquanto o mundo reduziu o número de novos casos de contaminação da aids, entre 2010 e 2016, a Venezuela seguiu o caminho oposto e registrou 24% a mais de infecções no mesmo período. Ao mesmo tempo, o acesso aos remédios foi afetado: 69 mil dos 79,4 mil pacientes registrados para receber o coquetel de combate ao HIV na Venezuela não tiveram acesso ao medicamento em 2018.

"Não temos 15 dos 25 antirretrovirais. Os estoques acabaram há mais de nove meses", indica o informe, que também constata a falta de remédios para tratar infecções causadas pelo HIV.

A tuberculose também ganhou novas proporções na Venezuela. Em 2014, foram registrados 6 mil casos. Para 2017, os dados preliminares já indicam 10,1 mil casos e uma tendência de alta para 2018. Outro problema é que foi constatado que o número de casos resistentes ao tratamento passou de 39 para 79 casos, entre 2014 e 2016.

"A falta de equipamentos para laboratórios tem afetado os diagnósticos de tuberculose", constatou a Opas. Ela estima que dificilmente a Venezuela atinja as metas para acabar com a doença até 2030.



No caso da malária, os infectados mais que triplicaram em apenas três anos. Em 2015, 136 mil casos foram registrados no país. Um ano depois, a malária atingia 240,6 mil pessoas e, em 2017, já eram mais de 406 mil.

A crise também já levou o sarampo para todos os 23 Estados do país e para a capital. Entre julho de 2017 e julho de 2018, 4,2 mil casos foram confirmados - 3,5 mil deles em 2018. Sessenta e duas mortes também foram registradas e casos foram exportados para Argentina, Brasil, Colômbia, Equador e Peru.

"A proliferação do vírus é explicada por vários favores, entre eles a cobertura de vacinação insuficiente, que deixa regiões com uma população vulnerável, sistemas de monitoramento inadequado, atrasos na implementação de medidas de controle, baixa capacidade de isolamento e movimento populacional nas fronteiras durante o período de incubação do vírus", disse a Opas.

A difteria também voltou. O primeiro caso foi registrado em 2016 e, desde então, foram 1,9 mil casos e 168 mortes. No mês passado, o jornal O Estado de São Paulo revelou dados mostrando que o índice de mortalidade infantil regrediu 40 anos. Depois de avanços, o índice de 2017 foi equivalente ao que se registrava na Venezuela em 1977.


Correio Braziliense

➤Fernando Haddad

Ele diz que Dirceu não fará parte de seu governo


O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou que José Dirceu não terá papel “nenhum” no seu governo, caso seja eleito. Haddad foi questionado, durante entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco, sobre declarações recentes do ex-ministro da Casa Civil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação a “tomar o poder” e enquadrar o STF. “Aí você entrevista o Zé Dirceu”, respondeu.

O ex-prefeito de São Paulo também foi confrontado sobre a participação de outras duas figuras importantes do PT em um eventual governo: Lula e Dilma Rousseff. Sobre o ex-presidente, Haddad disse que Lula é, em sua opinião, o “maior estadista” que o País já teve.

“Sempre que puder, será ouvido como uma voz muito importante no País. Mas o presidente será Fernando Haddad”, afirmou, dizendo esperar que Lula seja absolvido nas instâncias superiores da Justiça.

Em relação a Dilma, que pode ser eleita senadora por Minas Gerais, o candidato do PT disse que a ex-presidente será ouvida, assim como todo o Congresso. “Você tem 81 senadores e todos serão ouvidos. Mas ela é do meu partido e, evidentemente, será ouvida”, disse, aproveitando para pregar o diálogo com os parlamentares e criticar Jair Bolsonaro, candidato do PSL.

Na entrevista, Haddad teceu diversas outras críticas ao candidato do PSL e voltou a comparar sua campanha com o nazismo. “Na Alemanha nazista e na Itália fascista também votaram em pessoas parecidas com ele, que cortaram direitos e pregavam o armamentismo”, afirmou, dizendo que isso gerou intolerância contra minorias, “assim como prega Bolsonaro”. “O número de homicídios no Brasil bateu recordes em 2017 justamente no momento que surge uma figura como ele.”

Ao ser perguntado sobre a posição do PT em relação à Venezuela, Haddad disse apenas que, ao contrário de outros partidos e candidatos, não acha que “devemos entrar em guerra com nossos vizinhos”. “É um erro. O Brasil, no meu governo, não vai arrumar atrito com nenhum vizinho. Não teremos discurso de guerra, belicoso. Vamos mediar conflitos”.

ISTOÉ/ESTADÃO

➤Terremoto e tsunami

Mais de 1.400 mortos na Indonésia


O porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB, sigla em indonésio), Sutopo Purwo Nugroho, afirmou que as autoridades acreditam que o número de vítimas do terremoto e do tsunami seguirá aumentando.

O número de feridos graves que estão hospitalizados subiu para 2.549 e o de desaparecidos chega a 113. Além disso, 70.821 pessoas estão em 141 abrigos e as autoridades já contabilizaram 65.733 casas destruídas.


Na sexta-feira (28), uma série de terremotos atingiram a ilha. O mais forte deles, de magnitude 7,5, foi seguido de um tsunami com ondas que chegaram a 6 metros de altura, que devastaram a costa.

A grande maioria das vítimas pertence a Palu, capital da província de Sulawesi e com uma população de aproximadamente 350 mil habitantes. O restante das vítimas é do distrito vizinho de Donggala e de partes de Sigi e Parigi Moutong.


Em alguns pontos em Palu, o solo ainda está muito instável. O excesso de água faz com que ele entre em um processo de “liquefação”, formando “ondas” que que destroem imóveis. Um vídeo divulgado pelo porta-voz da BNPB há alguns dias mostra moradores se deslocam em busca de local seguro.


O presidente da Indonésia, Joko Widodo, voltou a visitar a região afetada pelo terremoto e disse, em Palu, que "a ajuda começou a chegar".

Sistema de alerta


O porta-voz da BNPB afirmou que 63% dos indonésios na região atingida pelo terremoto e pelo tsunami não escutaram as sirenes de alerta de ondas gigantes. E acrescentou 71% da população do país nunca fez uma simulação de resposta a desastres.

O centro de pesquisa alemão que desenvolveu o sistema de alerta indonésio afirmou que ele funcionou corretamente. Para GFZ, houve uma falha na comunicação entre as autoridades locais e as pessoas que estavam na costa.

Portal G1

➤Depois do #EleNão

Por que mais mulheres declararam voto em Bolsonaro?


As pesquisas de intenção de voto divulgadas entre segunda-feira (1º) e terça-feira (2), após as manifestações do fim de semana contra e a favor do candidato Jair Bolsonaro, mostraram um aumento nas intenções de voto no presidenciável do PSL. Principalmente entre as mulheres.

No Ibope divulgado na segunda, Bolsonaro ganhou seis pontos percentuais entre as eleitoras (de 18% para 24%). Já no Datafolha desta terça, foram mais seis pontos (de 21% para 27%) entre o público feminino. O crescimento surpreende: as passeatas pelo Brasil sob o mote “#EleNão” teriam sido um tiro pela culatra? 

Em certa medida, analistas políticos argumentam que sim. Os movimentos, apesar de contarem com grande número de pessoas, não ajudaram a alterar o voto bolsonarista. Também pesou contra essas manifestações a percepção de que estariam ligadas à esquerda e aos candidatos de polo oposto ao de Bolsonaro, o que pode até ajudar na decisão de grupos anti-esquerda e anti-PT a fecharem com o candidato do PSL nesta reta final do primeiro turno eleitoral. 

“São pessoas que estão descontentes com o politicamente correto. Não são pessoas que gostam ou desgostam do Bolsonaro por causa de sua posição sobre a mulher. Para esse grupo, a política sobre a mulher não é o mais importante. O que importa é o combate à corrupção, violência. A cada vez que ele explica sua posição sobre mulheres e minorias, ele até ganha mais voto”, avalia Márcio Coimbra, estrategista político no Senado Federal. 

O movimento “#EleNão” fala apenas com quem já está contra Bolsonaro e não atinge outros segmentos sociais, inclusive parte das mulheres. Levantamento realizado pelo Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da Universidade de São Paulo (USP), durante a manifestação contra Bolsonaro realizada na capital paulista, no sábado (29), mostra um perfil muito bem definido dos manifestantes do “#EleNão”. A maioria é de esquerda, branca e de alta renda. 

Dos 470 manifestantes entrevistados na passeata “#EleNão” em São Paulo, 80% se identificaram como de esquerda e 8% como de centro/esquerda. Apenas 1% afirmou ser de direita. 75% afirmaram não serem anti-petistas. 

Quanto aos partidos políticos com mais apoio entre os manifestantes, 30% disseram considerar o PT seu partido de preferência e 34% se declararam simpatizantes do PSOL. Também foram apontados como preferidos pelos manifestantes os partidos PDT (3%), Rede (2%), PCdoB (1%) e Novo (1%). Sobre a renda, 57% responderam ter renda familiar de cinco a dez salários mínimos; e 26% disseram ganhar mais de dez salários mínimos.

Esse perfil dos manifestantes pode ter efeito contrário ao desejado. Ao ser um movimento percebido por alguns eleitores como “de esquerda”, a passeata do “#EleNão” ainda pode ajudar alguns indecisos que se consideram anti-petismo e anti-esquerda a migrarem o voto para Bolsonaro. 

“Quanto mais tiver “#EleNão”e quanto mais o Haddad subir, mais o Bolsonaro pode ganhar no primeiro turno. Se o pessoal do “#EleNão ficasse quietinho, não mostrariam uma força tão grande para o Haddad. E o “EleNão” acaba sendo um voto Haddad”, avalia Coimbra. “O movimento mostra que o Haddad tem força, faz com que o voto de centro se desloque para o Bolsonaro”, afirmou o estrategista Márcio Coimbra. 
  
Para Eladio Oduber, sociólogo e professor do IESB, a adesão das mulheres a essas passeatas é justificada por ainda predominarem comportamentos machistas na sociedade. “A mulher pertence a um grupo social que vive em estresse. E, de vez em quando, elas veem que têm uma possibilidade de protestar, de dizer ‘chega’”. 

Oduber avalia, porém, que as manifestações tanto a favor como contra Bolsonaro têm pouca capacidade de alterar o resultado das urnas. “Eu acho que em um nível intangível que as coisas estão, essas manifestações não impactam. Impactam talvez em grupos que estejam em cima do muro, entre pessoas que buscam uma identidade, de tentar querer pertencer. Quando as pessoas se veem acompanhadas nas suas visões, elas ficam com coragem de se manifestar. Essas manifestações que o grupo do Bolsonaro fala publicamente sempre existiram no Brasil. Mas eram atenuadas. As pessoas sempre tiveram muita vergonha de expressar o machismo, a homofobia. Mas, na vida privada, esses comportamentos sempre existiram”, afirmou o professor.

Coimbra também vê resultado similar ao apontado pelo professor, com as manifestações. “As manifestações simplesmente estão falando para o próprio público. É um tiro n’água. Você não ganha eleitor, não perde, mas reforça mensagem”, disse.

Sobre o discurso, o professor de Sociologia avalia que as decisões políticas dos eleitores no Brasil acabaram restritas ao campo afetivo, com questões como o medo direcionando as decisões. “A radicalização do debate no Brasil passa pela parte afetiva. Se tem muito medo. Estamos vivendo numa sociedade de desconfiança. A Lava Jato colocou essa radiografia, confirmou as desconfianças que a gente tinha, dos políticos, tudo ficou muito claro”, disse Oduber. 

Pesquisas corrigindo a rota 
Apesar do resultado do Ibope, que apontou aumento da intenção de voto em Bolsonaro entre as mulheres após as passeatas, Márcio Coimbra argumenta que esse fato pode estar dissociado das manifestações. Seria uma correção de rota nas pesquisas, na reta final do primeiro turno. 

“Acho que não tem nada a ver com as manifestações do final de semana. Se olharmos as pesquisas de mercado, já tínhamos a situação que o Ibope está apontando agora. O que o Ibope está fazendo é o ajuste dos seus números, para cima, para chegar mais perto da realidade. Bolsonaro não cresceu este final de semana. A rejeição a Fernando Haddad e Bolsonaro é a mesma já há algum tempo. Eles já tinham essa mesma rejeição há algumas semanas”, afirma Coimbra. 

O crescimento de intenções de voto em Bolsonaro também ajuda a fomentar as teorias de que os institutos de pesquisa não seguem metodologias acuradas. Um aliado de Bolsonaro afirmou à Gazeta do Povo, sob condição de anonimato, que o resultado da pesquisa Ibope mostrou que os institutos estão “ajustando em direção à realidade” o resultado de suas pesquisas, para evitar erro maior quando se comparar com o resultado das urnas. 

Gazeta do Povo (PR)