O candidato do PT à
Presidência, Fernando Haddad, afirmou que José Dirceu não terá papel “nenhum”
no seu governo, caso seja eleito. Haddad foi questionado, durante entrevista à
Rádio Jornal, de Pernambuco, sobre declarações recentes do ex-ministro da Casa Civil
no governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação a “tomar o poder” e
enquadrar o STF. “Aí você entrevista o Zé Dirceu”, respondeu.
O ex-prefeito de São Paulo
também foi confrontado sobre a participação de outras duas figuras importantes
do PT em um eventual governo: Lula e Dilma Rousseff. Sobre o ex-presidente,
Haddad disse que Lula é, em sua opinião, o “maior estadista” que o País já
teve.
“Sempre que puder, será
ouvido como uma voz muito importante no País. Mas o presidente será Fernando
Haddad”, afirmou, dizendo esperar que Lula seja absolvido nas instâncias
superiores da Justiça.
Em relação a Dilma, que
pode ser eleita senadora por Minas Gerais, o candidato do PT disse que a
ex-presidente será ouvida, assim como todo o Congresso. “Você tem 81 senadores
e todos serão ouvidos. Mas ela é do meu partido e, evidentemente, será ouvida”,
disse, aproveitando para pregar o diálogo com os parlamentares e criticar Jair
Bolsonaro, candidato do PSL.
Na entrevista, Haddad
teceu diversas outras críticas ao candidato do PSL e voltou a comparar sua
campanha com o nazismo. “Na Alemanha nazista e na Itália fascista também
votaram em pessoas parecidas com ele, que cortaram direitos e pregavam o
armamentismo”, afirmou, dizendo que isso gerou intolerância contra minorias,
“assim como prega Bolsonaro”. “O número de homicídios no Brasil bateu recordes
em 2017 justamente no momento que surge uma figura como ele.”
Ao ser perguntado sobre a
posição do PT em relação à Venezuela, Haddad disse apenas que, ao contrário de
outros partidos e candidatos, não acha que “devemos entrar em guerra com nossos
vizinhos”. “É um erro. O Brasil, no meu governo, não vai arrumar atrito com
nenhum vizinho. Não teremos discurso de guerra, belicoso. Vamos mediar
conflitos”.
ISTOÉ/ESTADÃO
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