A advogada Ana Cristina Valle, de 51 anos,
ex-mulher do candidato do PSL à
Presidência, Jair Bolsonaro, negou nesta quarta-feira,
26, ter acusado o ex-marido de ameaçá-la de morte, como consta de um
documento interno do Itamaraty.
“Numa separação sempre há tensões, mas jamais falei aquilo, nem meu (atual) marido falou. Não faço ideia
de como surgiu essa história”, disse ela em sua casa, em Resende, no sul
fluminense.
Mãe de dois filhos, um
deles com Bolsonaro, avó de uma menina e atuante nos bastidores da política há
26 anos, Ana Cristina disputa agora sua primeira eleição – tenta se eleger deputada federal pelo Podemos. Um dia após a
divulgação do documento do Itamaraty que menciona a suposta ameaça, a advogada
disse estar “indignada”.
“Nunca falei com ninguém
da embaixada brasileira na Noruega. O telegrama do Itamaraty diz que eu cogitei
pedir visto, mas isso não faz nenhum sentido. Naquela época (2011) eu já morava na Noruega havia
dois anos, e tinha autorização para morar lá, com situação absolutamente
regular. Não precisaria pedir asilo.” Segundo o documento do Itamaraty, que é
um telegrama, ela mencionou a hipótese de pedir asilo na Noruega devido à
ameaça feita por Bolsonaro.
Ana Cristina trabalha como
chefe de gabinete do vereador Renan Marassi (PPS),
que está no primeiro mandato em Resende. Ela, no entanto, está afastada para
fazer campanha. Como candidata, adota o sobrenome do ex-marido, que conheceu
quando trabalhava como assessora parlamentar em Brasília.
Na Câmara, Ana é discreta,
segundo funcionários. A discrição caracteriza também a campanha para deputada.
Por falta de dinheiro, segundo ela, a campanha é feita exclusivamente pelas
redes sociais – não foram feitos santinhos, por exemplo. Além do sobrenome do
ex-marido, Ana Cristina adota ideais semelhantes aos de Bolsonaro.
“Sou veementemente contra
o aborto, contra a cartilha que vinha sendo disponibilizada nas escolas
infantis contendo material sexual e totalmente a favor da redução da maioridade
penal, inclusive minha monografia de conclusão de curso tratou da
imputabilidade penal e a idade cronológica, baseando-me no projeto de lei do
Jair.”
Agência Estado
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