quinta-feira, 27 de setembro de 2018

➤É O QUE PENSO!

A Vida é muito maior!


Quem me conhece sabe que sou um cara de não ficar parado. Posso até não ser nenhum exemplo, mas procuro me manter ativo e participativo e, mesmo com meus 77 anos, sigo trabalhando e desenvolvendo minhas atividades normalmente. E já estou aposentado pelo INSS.

Há mais ou menos uns três meses fui assustado por meu urologista que solicitou uma biópsia depois de constatar um índice elevado do meu PSA.

Dito e feito. O resultado apontou dois tumores malignos. Pequenos, quase ínfimos, é verdade, mas estavam lá e necessitavam urgentemente de uma providência. Disse o urologista, que eu não precisaria de quimioterapia, mas sim de radioterapia, já que meu problema estava apenas começando.

Fui ao Instituto do Câncer do Hospital  Mãe de Deus e passei por vinte sessões de radioterapia. De segunda a sexta, todas as semanas, minha mulher e eu nos dirigimos até a Rua Orfanotrófio, onde fica o COR, para o tratamento.

O programa Consumidor em Pauta, que apresento diariamente na TVE, precisou ter algumas edições gravadas por coincidência de horários, mas principalmente por meu estado emocional que, mesmo com toda a força que fiz, teimava em permanecer castigando meu cérebro.

Juro que foi difícil me sentir entre pessoas portadoras de câncer, durante um mês inteiro. Hoje vejo que a força de toda aquela gente com quem convivi no COR, me ajudou a ultrapassar um período que não desejo para ninguém.

Sem contar com a atenção dos funcionários do Instituto, sua equipe de médicos, atendentes, enfermeiras, técnicos, todos preparados para fazer com que os pacientes ficassem tranquilos, passando uma corrente positiva a cada um.

Dos familiares, dos amigos, dos parceiros, nem falo. A força que me transmitiram, acho que nunca terei como compensar. Mas eles sabem que meu agradecimento será eterno.

Ontem, dia 26, fiz o primeiro exame de PSA total, exatamente um mês depois de concluir meu tratamento, solicitado pelo radio terapeuta que já havia me alertado que esperava uma redução gradativa do índice. Foi mais um momento de extrema expectativa pelo resultado, que só chegou no começo da noite.

Só quem passou por alguma coisa parecida, poderá imaginar a emoção que senti, ao lado de minha escudeira, companheira fiel, parceira, amiga e mulher, ao abrir o computador e ficar sabendo que dos 6,8 constatados antes, meu PSA baixara para 2,6. Depois de um longo abraço, choramos, e corremos para contar para a Gabriela.

Hoje, ao olhar para a foto que fiz enquanto aguardava uma das 20 sessões de radioterapia, fico imaginando o quanto pode existir de solidariedade, de amor e de compreensão no coração das pessoas, muitas que jamais te viram, mas que te tratam como velhos e fieis amigos.

Terça-feira tenho consulta para apresentar o resultado ao médico, mas até lá quero viver e dividir com vocês a alegria de saber "QUE A VIDA É MUITO MAIOR"

É o que penso (e sinto)!

Machado Filho

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