Ex-ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) e um dos principais advogados do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Sepúlveda Pertence enviou
uma carta ao petista, na sexta-feira passada, em que comunicou sua intenção
de deixar a banca de defesa “com pesar”. Segundo dirigentes do PT,
Pertence deixou claro que as divergências com outros advogados da
causa motivaram a decisão. O manuscrito foi levado a Lula, preso em Curitiba
desde 7 de abril, pelo filho de Pertence, Evandro.
Na quarta-feira, o
advogado Sigmaringa Seixas se encontrou com Lula em Curitiba para falar que
Pertence queria deixar a sua defesa. O ex-presidente foi reticente e disse que
não aceitaria que o ex-ministro, seu amigo há 40 anos, saísse da causa.
Na sexta-feira, ao receber
a carta de Evandro, Lula repetiu que era contra a renúncia de Pertence e não
quis ler o documento, que ficou com ele. O petista e seu advogado devem
conversar pessoalmente nos próximos dias para definirem se o medalhão
permanecerá ou não na banca da defesa de Lula.
Na carta, Pertence afirma
que fez tudo o que estava ao seu alcance pela defesa de Lula, mas que foi
surpreendido por nota pública emitida por seus advogados, referindo-se, sem
citar nomes, a Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, que desautorizavam sua
atuação no STF. Zanin e Valeska são casados. Ela é filha de Roberto Teixeira,
amigo do ex-presidente e investigado em ações da Lava-Jato.
Pertence citou ainda a
carta divulgada pelo PT, em 3 de julho, assinada pelo próprio ex-presidente
Lula. Segundo ele, a manifestação contraria sua postura de advogado de jamais
entrar em embates pessoais com qualquer julgador, ainda mais os do Supremo,
Corte que integrou de 1989 a 2007. No comunicado assinado por Lula, o ex-presidente
acusa o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, de fazer manobras
na tramitação do pedido de habeas corpus impetrado por seus advogados.
Portal O Globo
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