A
força-tarefa da Lava Jato deflagra na manhã desta quarta-feira (4) a Operação
Ressonância, desdobramento da Fatura Exposta, que mira esquemas de corrupção
envolvendo gigantes multinacionais na Secretaria Estadual de Saúde do RJ.
Resumo
- São 13 mandados
de prisão preventiva e 9 de temporária
- Há 43 mandados
de busca e apreensão
- Cerca
de 180 policiais federais estão nas ruas dos estados do Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e no Distrito
Federal
- Soltos por Gilmar
Mendes, os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita têm
contra si novos mandados de prisão
- Os
conglomerados atraíram empresas fornecedoras e formaram cartel para direcionar
as compras de equipamentos médicos. Para tal, agiam para manter a
direção no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into)
- O
esquema duraria até hoje
Nessa
nova fase da Operação Fatura Exposta, o Ministério Público Federal se debruça
sobre grandes multinacionais fornecedoras de material hospitalar, envolvidas em
fraudes em licitação e formação de cartel. Em São Paulo, a força-tarefa mira
executivos da Philips, e há busca e apreensão na sede da empresa. A 7ª Vara
Federal Criminal também decretou o bloqueio de bens dos investigados no valor
de R$ 1,2 bilhão.
São
investigadas 37 empresas e os crimes de formação de cartel, corrupção, fraude
em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, havia
interesse de multinacionais em manter a direção do Into, em volta do qual
criou-se o cartel para direcionar os vencedores e os valores a serem pagos nos
contratos de fornecimento do Instituto.
Equipes
voltam à casa do ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes. Há mandado de
busca e apreensão, e ele será intimado a depor. Policiais também estão na
residência de André Loyelo, atual diretor do Instituto Nacional de
Traumatologia e Ortopedia (Into), contra quem há mandado de prisão temporária.
A
Operação Ressonância mobiliza o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, o
Conselho de Defesa Administrativa, o Tribunal de Contas da União, a
Controladoria-Geral da União, a Receita Federal e a Polícia Federal.
Na
primeira etapa da Fatura Exposta, em abril de 2017, foram presos, além de
Iskin e Estellita, o ex-secretário Sérgio Côrtes. A operação investigava
fraudes em licitações para o fornecimento de próteses para o Into. Os desvios
chegaram a R$ 300 milhões entre 2016 e 2017.
Em
dezembro de 2017, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
mandou soltar Iskin e Estellita. Mendes substituiu a prisão preventiva por medidas
alternativas - não falar com outros
investigados, ficar em casa à noite e nos fins de semana e entregar o
passaporte.
Em
fevereiro de 2018, foi a vez de
Côrtes deixar a prisão, também por determinação de Gilmar Mendes.
Portal G1
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