Saiba o que o ex-presidente
quer
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira, 29, que decidirá ainda hoje
sobre o pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
condenado e preso pela Operação Lava Jato. Em abril, Moraes foi um dos seis ministros que votaram contra
a concessão de habeas corpus para o petista.
Já a presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministra Cármen Lúcia, definiu
a pauta do plenário da Corte para agosto e chamou a atenção por não incluir um
outro recurso do ex-presidente entre os itens previstos para o mês. O
Supremo realiza nesta sexta-feira, 29, sua última sessão plenária do semestre,
já que durante todo o mês de julho os ministros estarão em recesso, exceto a
presidente.
Entenda quais os recursos
de Lula no Supremo
1) O ex-presidente Lula
continua preso?
Sim. Nenhum pedido de
liberdade da defesa do petista ainda foi aceito
2) O que a defesa do
ex-presidente Lula pediu ao Supremo?
No momento, a ofensiva
jurídica de Lula no Supremo se concentra em três processos cruciais com
diversos pedidos. O primeiro é uma petição, de relatoria do ministro Edson
Fachin, que foi encaminhada para o plenário e pede a suspensão dos efeitos de
condenação – liberdade e possível inelegibilidade. Lula recorreu nessa petição,
alegando que não quer discutir nesta petição a questão elegibilidade. O segundo
processo é uma reclamação, de relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que
pede a suspensão da prisão e que a petição, que está com Fachin, seja discutida
na 2ª Turma, e não pelo plenário. O terceiro processo é o habeas corpus que já
foi negado pelo plenário do Supremo em abril - Lula entrou na última
quinta-feira (28) com recurso contra a decisão do Supremo que, por 6 a 5, negou
o seu pedido de liberdade.
3) O Supremo pode
considerar que Lula pode ser candidato?
Na petição que está com
Fachin, a defesa pede para suspender todos os efeitos da condenação de Lula, o
que poderia fazer o Supremo apreciar não apenas a prisão, mas também avançar no
debate sobre a inelegibilidade. Fachin, no entanto, pediu que os advogados do
ex-presidente esclareçam se querem que a Corte analise agora a inelegibilidade.
4) Por que a defesa de
Lula pediu para excluir a análise da elegibilidade do pedido inicial?
Os advogados de Lula
entenderam que a discussão sobre a elegibilidade ou não de Lula neste momento
poderia antecipar uma decisão sobre a validade de sua candidatura que, em tese,
só ocorreria depois do registro do PT, em agosto. . Além disso, a
avaliação de ministros da Corte e da defesa de Lula é de que as chances de
vitória do petista são menores com a discussão do caso pelo plenário da Corte,
e não pela Segunda Turma.
5) Quem vai analisar os
pedidos?
O ministro Edson Fachin,
relator da Operação Lava
Jato, vai analisar se retira da discussão o recurso de Lula que pede
a suspensão dos efeitos da condenação a questão da elegibilidade. Já o ministro
Alexandre de Moraes vai analisar o recurso que pede para que o caso seja
discutido na 2ª Turma antes da análise pelo Plenário da Corte. Tanto
Fachin quanto Moraes também vão analisar pedidos de Lula para suspender a
prisão.
6) O ministro Edson Fachin
errou ao encaminhar o caso para o Plenário e não para a 2ª Turma?
A escolha de encaminhar ou
não o caso para o Plenário cabe sempre ao ministro relator do
processo. Integrantes da Corte avaliam que o relator da Lava Jato fez uma
manobra para evitar uma nova derrota na Segunda Turma. Mapeamento feito pelo
Estado aponta que Fachin já foi derrotado ao menos 17 vezes em 34 questões da Lava
Jato julgadas na Segunda Turma.
7) Por que a defesa de
Lula insiste na análise do recurso na 2ª Turma?
Os defensores do
ex-presidente entendem que o petista tem mais chance de ser solto na Turma que
recentemente deu decisões
recentes favoráveis ao ex-ministro José Dirceu e à senadora e
presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Agência Estado
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