É dura a vida do PT e dos que comungam o discurso de que
Dilma e Lula foram vítimas de um “golpe parlamentar-midiático”, sendo um
deposto e o outro preso e impedido de se candidatar a presidente.
Como o povo não saiu às ruas para protestar ateando fogo
ao país, e se muito chegam a 50 os militantes de plantão expostos ao frio de
Curitiba, que mais haverá de se fazer em favor de Lula?
Qualquer coisa serve. E a mais recente tem a ver com o
Papa. Recortou-se um trecho do sermão feito ontem por ele em Roma e
apresentou-se como algo a ter a ver com Dilma e Lula. Eis o trecho recortado:
“Criam-se condições obscuras para condenar a pessoa. A
vida civil, a vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado: a mídia
começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação
essas pessoas ficam manchadas. Depois chega a Justiça, as condena e no final se
faz um golpe de Estado”.
O sermão está em português no site do jornal
L’Obsservatore Romano sob o título “Contra o
veneno da maledicência”. O trecho poderia se referir a qualquer país
do mundo ou a nenhum especificamente.
Francisco pregava a unidade dos homens em torno de Jesus.
Lembrou como a opinião pública da época, que antes reverenciara Jesus, acabou
por abandoná-lo aos gritos de “crucifica-o”.
Disse também que algo parecido aconteceria mais tarde com
São Paulo e os demais mártires cristãos. E estendeu-se ainda sobre “a fofoca”
que tanto mal faz às pessoas e divide seus paroquianos.
Recomenda-se ao PT que se debruce sobre os ensinamentos
de Jesus. E que não despreze as encíclicas assinadas pelos antecessores de
Francisco. Encontrará citações preciosas que poderão lhe ser úteis. Do tipo:
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra,
onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam.”
“Ame seus inimigos, faça o bem para aqueles que te
odeiam, abençoe aqueles que te amaldiçoam, reze por aqueles que te maltratam.
Se alguém te bater no rosto, ofereça a outra face.”
“Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens
do próximo).”
“Não cobiçar as coisas alheias.”
“Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro
modo faltar à verdade ou difamar o próximo).”
Publicado no portal da Revista VEJA em 18/05/2018
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