Não é só quando canta que a ex-presidente Dilma Rousseff
desafina. Quando fala, também.
No final da semana, em Oxford, Inglaterra, ela desafinou
pelo menos duas vezes em pouco mais de uma hora de debate sobre a conjuntura
brasileira.
Primeiro quando disse:
– Infelizmente – vou começar assim – infelizmente eu
assinei a lei que criou a delação premiada, mas foi assinada genericamente, sem
tipificação exaustiva e poderia virar arma.
A segunda vez:
– As cinco maiores empresas de engenharia do Brasil foram
sistematicamente destruídas [pela Lava Jato].
Até Dilma confessar seu arrependimento, a delação
premiada era exaltada por ela, por Lula e pelo PT como exemplo de que ninguém
mais do que eles dotaram o Estado de instrumentos eficazes para combater a
corrupção.
Não criticavam a lei. Criticavam o uso dela por parte do
Ministério Público empenhado em persegui-los. Dilma avançou o sinal. Mérito
dela que confessou o que seus companheiros escondem.
As cinco maiores empresas de engenharia do Brasil não
foram destruídas pela Lava Jato. Não foram sequer destruídas. A Odebrecht acaba
de assinar contrato para tocar uma milionária obra no Espírito Santo.
Foi o envolvimento das cinco maiores empresas de
engenharia do Brasil com a corrupção que as levou à situação em que se encontram,
ainda muito distante da falência. Elas e o PT se associaram para roubar à
farta.
Dilma é mais engraçada cantando do que falando.
Publicado no portal do jornal O Globo em 07/05/2018
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