terça-feira, 3 de abril de 2018

➤Pensando na candidatura

Meirelles se filia ao MDB


Ainda sem revelar seus planos para as eleições de 2018, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dá o primeiro passo para participar do pleito nesta terça-feira. Às 11 horas, Meirelles assina os termos de filiação ao MDB, partido do presidente Michel Temer, deixando para trás o PSD, de Gilberto Kassab.

A tentativa de Meirelles passará por mais um episódio decisivo nesta semana. O ministro tem até o próximo dia 7 para deixar a pasta, respeitando a “quarentena” de seis meses, como manda a lei eleitoral, para ter seu nome nas urnas. Seu substituto deve ser o secretário executivo da Fazenda, Eduardo Guardia.

Fala-se em Brasília que Meirelles não aceita menos que concorrer à Presidência da República. Entende-se o motivo para que o novo emedebista não seja modesto nas pretensões.

Como economista, ocupou os mais altos cargos que sua profissão permite, como o Ministério da Fazenda, desde 2016, e a Presidência do Banco Central, entre 2003 e 2010. Meirelles também foi presidente do Conselho de Administração do grupo J&F em 2012.

Os voos mais altos esbarram em dois obstáculos. Primeiro — e mais importante — a vontade do eleitor. Nas pesquisas de intenção de voto em que seu nome foi inserido, Meirelles até agora não passou de 1% das preferências.

Apesar de ser o principal nome da equipe econômica que reverteu o período de severa recessão no país, o índice de desemprego ainda alto e o crédito ainda caro para o cidadão não passam a impressão de que a situação melhorou. Com o naufrágio da reforma da Previdência, Meirelles deixa de ter o que seria seu principal legado nas reformas fiscais.

O segundo problema é Michel Temer. Mesmo maltratado pelas acusações de corrupção, seja no decreto dos portos como nas delações do grupo J&F, o presidente ainda tem controle do partido, junto com o senador e presidente da legenda, Romero Jucá (MDB-RR).

Na semana passada, antes do estouro da Operação Skala, que prendeu seus principais aliados de fora do governo, Temer sinalizou que gostaria de ser candidato à reeleição.

Com a sombra de uma terceira denúncia que pode chegar ainda durante 2018, seu nome perde força na disputa — e uma opção seria Meirelles na cabeça de chapa.

O ministro tenta ocupar espaço na “centro-direita pró-reformas”. Meirelles duelaria nesse campo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Precisaria, contudo, descolar-se da lanterna nas pesquisas, onde está junto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Nos sonhos de alguns tucanos consta um cenário em que Meirelles abra mão da cabeça de chapa para ser vice de Alckmin.

Revista EXAME

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