quinta-feira, 14 de setembro de 2017

➤BOM DIA!

A lógica do Lula

Os que o acusam mentem, os documentos 
são falsos, só ele diz a verdade.

Se não fosse trágico, seria até cômico o depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Acusado de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, recebimento de propinas e outras vigarices normais em sua vida, Lula ficou duas horas destilando ódio, nervoso, furioso, atacando tudo e a todos, sem apresentar uma única prova de que não está mentindo nem envolvido em tudo o que é acusado.

Aliás, bastaria que ele mostrasse algum tipo de prova, algum documento, para acabar com tudo o que chama de perseguição, de injustiça, de mentira. Muito pelo contrário, quando perguntado sobre os recibos de aluguel do apartamento que ele diz ter servido para moradia de sua segurança, afirmou que “devem existir, devem estar num baú lá em casa, a Marisa é quem controlava isso”. Falou que deve constar de seu imposto de renda, “que a Marisa mandou para o contador”. Mas não mostrou nada.

Elegeu para tema de suas acusações, seu companheiro, seu amigo, seu escudeiro, seu ex-ministro Antonio Palocci, que de uma hora para outra virou inimigo “um homem frio e calculista, mentiroso, capaz de inventar uma mentira digna de filme”. Lula disse, acreditem os que não escutaram que dificilmente se encontrava com Palocci, "no máximo de oito em oito meses”. Mas o mentiroso é o Palocci.

Desmerecer o depoimento de Antonio Palocci é uma tentativa clara, uma demonstração explícita de desespero, de confusão mental, de tentar tapar o sol com a peneira. Ou será que alguém duvida que Palocci, petista desde sempre, esteve permanentemente ao lado de Lula, chamado para ajudar na formação do governo Dilma, para ser intermediário entre Lula e os empresários. O “italiano” sempre foi homem de extrema confiança de Luiz Inácio, mas de uma hora para outra, passou a ser o pior dos seres humanos.

Lula estava tão desesperado, tão nervoso, tão apavorado que nem se preocupou em falar para os gatos pingados que estavam em Curitiba para dar apoio ao líder. Foi rápido, disse as mesmas bobagens de sempre (ele está permanentemente no palanque) e saiu para o carro que o levou de volta.

Foi uma tarde em que se viu, mais uma vez, Lula tentar impor sua lógica absurda e quase cômica. Para o ex-presidente, todos os acusadores são mentirosos, golpistas ou perseguidores, a imprensa não presta, o Ministério Público montou um esquema de perseguição contra ele, os delatores querem apenas usufruir de benefícios da delação, ele não sabe de nada, não tem culpa de nada, não é dono de nada e, para que fique bem claro, ele é a única pessoa honesta, a única que fala a verdade, a única que não mente, “nesse país”.  E quando não tem mais como mentir, joga a culpa para cima da “Marisa, que era quem cuidava de tudo”. Só que Dona Marisa não está mais aqui, ou seja, não pode testemunhar mais nada.

Quem ainda tinha alguma dúvida, acho que não pode mais ter, pois o mito, o lendário, o farsante, esteve sentado frente ao juiz Sérgio Moro, por duas horas, fazendo o que mais sabe: mentindo e defendendo o indefensável.

Uma coisa não se pode negar, Lula conseguiu, ou tentou manter a sua lógica: os que o acusam mentem, os documentos são falsos, só ele diz a verdade.

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