sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Possível irregularidade

MP vai investigar compra da casa de Renan
O Ministério Público Federal abriu ontem inquérito para apurar a compra, por 2 milhões de reais, de uma casa pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na área mais nobre de Brasília. O negócio foi fechado com um empreiteiro em agosto.
Conforme portaria da Procuradoria da República no Distrito Federal, o inquérito civil busca averiguar "possível irregularidade na aquisição" do imóvel pelo senador, "por valor muito abaixo do praticado no mercado e incompatível com seus rendimentos". Será apurada a suspeita de enriquecimento ilícito no caso. O prazo inicial da investigação é de um ano, mas ela pode ser prorrogada.
Renan comprou a casa de 404 metros quadrados, no Lago Sul, em maio. Segundo corretoras que atuam naquela área, ela custa no mercado pelo menos 3 milhões de reais - 50% mais que o valor registrado na escritura. Os detalhes da transação não constam do registro em cartório, mas de um contrato paralelo firmado pelo senador com o empresário Hugo Soares Júnior, construtor imobiliário em Brasília.
Renan disse que pagou sinal de 240 000 reais e dividiu outros 760 000 reais em cinco parcelas semestrais de 152 000 reais cada, ou seja, a serem quitadas em dois anos e meio. O valor restante - 1 milhão de reais - foi financiado pela Caixa Econômica Federal em 22 anos. Para obter o empréstimo, o senador declarou renda mensal de 51 723 reais, valor que representa o dobro do salário bruto que ele recebe no Senado (26 700 reais). Segundo ele, a renda excedente é resultado de suas atividades agropecuárias.
Em 2010, o senador peemedebista declarou à Justiça Eleitoral que seu patrimônio era de 2,1 milhões de reais. Seu saldo em contas correntes na ocasião, segundo informou, chegava a 3 300 reais. Ele não vendeu nenhum outro imóvel para a compra da nova casa. As prestações do novo imóvel equivalem a um comprometimento mensal de 38 600 reais. Somadas à pensão paga para sua filha com a jornalista Mônica Veloso, de 6 800 reais, ele gasta 87% dos rendimentos declarados à Caixa - ou mais que o dobro da remuneração líquida no Senado (21 300 reais).(Com Veja/conteúdo)

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