Senado faz homenagem ao guerrilheiro
A Comissão de Anistia do Senado Federal concedeu hoje (8) o
Certificado de Anistiado Político post
mortem à família do
guerrilheiro Carlos Marighella, apontado como um dos principais organizadores
da luta armada contra o regime militar depois de 1964.
O título de anistia post mortem, concedido pelo governo
federal, foi oficializado no final do ano passado, mas ainda não tinha sido
entregue à família. O reconhecimento da responsabilidade do Estado pela morte
de Marighella, que também foi deputado federal, já tinha sido anunciado em 2011,
ano do centenário de nascimento do ex-político.
Para Carlos Marighella Filho, a luta encampada por seu pai vem
sendo cada vez mais reconhecida pelas instituições e movimentos políticos do
país. “Passei minha vida esperando para que momentos como este fossem
acontecendo. Sempre tive certeza de que era minha obrigação lutar para que a
dignidade do meu pai fosse restabelecida e vejo sempre com gratidão as
instituições, os movimentos e as personalidades de nossa vida política
reconhecerem”, disse.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) lembrou a trajetória de
Marighella marcada por prisões em períodos estratégicos da história do país. O
guerrilheiro foi detido em 1936, durante o governo de Getúlio Vargas. Quase 30
anos depois, o baiano Carlos Marighella foi preso por agentes do Departamento
de Ordem Política e Social (Dops), na ditadura militar.
No intervalo entre as prisões, Marighella foi eleito deputado
federal, mas só exerceu o cargo por um ano, quando seu mandato foi cassado, em
1947. Em 1968, o ex-político ainda fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN),
grupo armado de resistência à ditadura militar.
Durante o evento no Senado, também foi lançado o livro Rádio
Libertadora, a Palavra de Carlos Marighella, que relata as facetas
do político, do guerrilheiro e do poeta brasileiro Marighella.(Agência Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário