quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mensalão

Voto dos ministros - 6
Com a interrupção do voto de Dias Toffoli, o ministro  Gilmar Mendes inicia seu voto.
Mendes diz que a Corte abandonou a exigência de ato de ofício nos casos de crime de corrupção passiva. O ministro fala sobre a infidelidade partidária. "Em todo o período, foram 31 migrações para o PTB", diz.
"Esta supostamente inventiva tese, do caixa 2, não se sustenta, a meu ver", afirma Gilmar Mendes. "Falar em recursos não contabilizados é o eufemismo dos eufemismos. Estamos a falar, realmente, de outra coisa", diz. "Aliás, como bem observado no relatório da CPI, a defesa viu-se obrigada a admitir supostamente a prática de um crime menor. Mas não se trata de um crime menor, também é inegável a sua gravidade".
"As fraudes e mecanismos utilizados evidenciam, com absoluta clareza, que os beneficiados tinham ciência da origem escusa e criminosa dos recursos", afirma Gilmar Mendes. "É irrelevante que o ato funcional seja ilícito ou lícito, ou seja, contrário ou não à função exercida, pois o motivo é, sobretudo, a gravidade do tráfico, do comércio da função pública", diz.
"Em um país que tem eleições de dois em dois anos, esse argumento da despesa eleitoral não é muito difícil de se construir, não é?", afirma o ministro. "Estruturou-se uma verdadeira engrenagem para o pagamento dessas vantagens", diz Gilmar Mendes.
O ministro relembra o voto de Joaquim Barbosa, que condenou os réus ligados ao PP. "Peço vênia para divergir do relator quanto à situação de Pedro Henry. Portanto, estou seguindo aqui a manifestação o eminente revisor", diz Gilmar Mendes, que absolve Pedro Henry.
"Por outro lado, a Bônus Banval foi imprescindível e determinante para a execução do crime de lavagem de dinheiro", aponta o ministro. Gilmar Mendes indica que o sócio da corretora Enivaldo Quadrado cometeu o crime, mas livra o outro sócio, Breno Fischberg. "Não encontrei qualquer prova concreta que vincule Breno Fischberg aos fatos"
O ministro também condena Valdemar Costa Neto, Jacinto Lamas e Bispo Rodrigues e absolve Antonio Lamas. Quanto ao réu José Borba, o ministro acompanha o revisor e absolve o acusado de lavagem de dinheiro.
Roberto Jefferson, Romeu Queiroz e Emerson Palmieri também são condenados por Gilmar Mendes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário