O Ministério Público Federal (MPF)
denunciou o governador de Minas Gerais, Fernando
Pimentel (PT), e outras seis pessoas por crimes de omissão
e falsidade ideológica na prestação de contas da campanha eleitoral do petista
em 2014. Feita no âmbito da Operação
Acrônimo, a acusação trata da suposta ocultação, por Pimentel, do
recebimento de 3,2 milhões de reais em sua campanha naquele ano. A denúncia
foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)
em março, mas o relator da ação no tribunal, ministro Herman
Benjamin, só tirou o sigilo da denúncia na última sexta-feira (18).
A peça assinada pelo vice-procurador-geral da
República, Luciano Mariz Maia, sustenta que “ao lado da campanha
oficial (tanto de responsabilidade do candidato, quanto do partido) corria uma
estrutura paralela de arrecadação de fundos e custeio de despesas”. Segundo o
MPF, o dinheiro foi pago pelas empresas JHSF e Gomes de Almeida por meio de
notas fiscais falsas e transações bancárias dissimuladas.
A denúncia afirma que as doações não declaradas à Justiça
Eleitoral foram negociadas entre 2011 e 2014, período em que Pimentel foi
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e intermediadas pelo empresário Benedito
Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, que fechou acordo de delação premiada com o
MPF.
No caso da doação da JHSF, de um milhão de reais, feita
por meio do pagamento de serviços prestados pelo instituto Vox Populi, o MPF
sustenta que Fernando Pimentel teria se comprometido com a influenciar, como
ministro, a aprovação de um pedido de outorga para construção e exploração de
um aeroporto na região metropolitana de São Paulo.
Revista VEJA
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