segunda-feira, 28 de maio de 2018

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O que falta agora para encerrar greve?
Giros de reportagem de emissoras de TV e de rádio e de jornais já constatam na manhã desta segunda-feira que a greve dos caminhoneiros não se encerrou. Pontos de bloqueio se mantêm e caminhoneiros autônomos dizem que a redução de R$ 0,46 no diesel não é suficiente.
O governo cedeu uma, duas, três vezes. A ampliação da pauta e a insistência na paralisação mostram que quando se negocia mediante chantagem o resultado é imprevisível. O governo é refém da boa vontade de um movimento cujas lideranças nem consegue identificar ao certo


Temer deveria pedir desculpas

Michel Temer deveria ter aberto seu pronunciamento de domingo à noite pedindo desculpas à população por seu governo não ter a menor ideia do que acontecia com os caminhoneiros durante todos os meses em que a categoria já demonstrava insatisfação.
Em seguida, deveria pedir desculpas novamente por não existir nenhum esquema preparado para evitar que o País quase entrasse em colapso por conta da paralisação. Temer se restringiu a anunciar sua capitulação diante das exigências feitas. 



De JK a Temer
Sem ferrovias ou hidrovias, o Brasil vem costurando a crise gerada pelas greves dos caminhoneiros desde que Juscelino Kubitschek preferiu investir em rodovias. A avaliação, repetida diversas vezes nos últimos dias, aparece também no texto de Ricardo Rangel em O Globo.
“De JK para cá, ninguém fez nem faz nada para mudar isso. Somos reféns de caminhoneiros e transportadores, e, cada vez que os interesses dessas categorias convergem, elas se unem para nos chantagear”, escreve o colunista.


FHC: ‘Quebrou-se o respeito’
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira que a crise dos caminhoneiros levou a uma “quebra de respeito” pelo governo federal. “Quebrou-se o respeito. Isso vai levar um tempo para reconstruir”, afirmou diante de uma plateia de representantes de Organizações Sociais (OSs) que atuam em São Paulo, realizado no teatro Sérgio Cardoso, na capital.
Ele pregou que, nas eleições, se vote em candidatos que não queiram “reinventar a roda”. “Tem de ser sem ideias malucas”, disse FHC, que também falou na necessidade de “bom senso” e de se buscar “alguma coesão” com vários setores da sociedade. 



Política de preços teve aprovação unânime
Como sempre no Brasil, agora chovem críticas à política de preços dos combustíveis da Petrobrás, querendo atribui-la totalmente ao presidente da empresa, Pedro Parente, ou ao vice-presidente da área de finanças, Ivan Monteiro –“herdado” da gestão de Aldemir Bendine, no governo Dilma Rousseff.
Acontece que a política –que prevê reajustes diários nos preços, de acordo com o mercado internacional de petróleo– teve aprovação unânime da diretoria da Petrobrás. A primeira mudança foi em outubro de 2016. A segunda, que estipulou a regra atual, foi em julho de 2017. O assunto só virou tabu porque, agora, o preço internacional do petróleo explodiu. 


Meirelles ‘é candidato de si mesmo’
Henrique Meirelles (MDB) não é candidato do partido, nem do governo, mas de si mesmo. Está na disputa porque vai colocar a mão no bolso, mas sua candidatura mais atrapalha que ajuda porque “sua candidatura retira graus de liberdade das lideranças estaduais do partido”, afirma o professor da USP, Fernando Limongi, no Valor.
No Ceará, por exemplo, pode forçar o senador Eunício Oliveira a subir em dois palanques. Nesse “encontro com o futuro”, mais realista foi Michel Temer, que desistiu da candidatura, enquanto Lula tapa o céu com a peneira.



Propina em Belo Monte e Cidade Administrativa
Em delação autorizada pela Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro afirma que houve pagamento de propina e caixa dois para campanhas eleitorais em troca de contratos da empreiteira em obras como a hidrelétrica de Belo Monte e a construção da Cidade Administrativa, que virou sede do governo de Minas Gerais.
Essa parte da delação envolve Lula, presidente na época do leilão da usina, e Aécio Neves, governador de Minas Gerais durante a construção da nova sede. As informações são do jornal O Globo, que teve acesso aos documentos.


Gleisi vai concorrer à Câmara

Com a decisão de Roberto Requião de disputar uma vaga no Senado pelo Paraná, Gleisi Hoffmann desistiu de tentar a reeleição na Casa. “Avaliei que só haverá uma vaga no campo progressista no Estado. Como o Requião  será candidato, vamos apoiá-lo. Seria correr um risco. E eu saio candidata a deputada federal”, disse, segundo a Folha.
A presidente do PT enfrenta quatro acusações. Uma delas tramita no Supremo Tribunal Federal e investiga se a senadora desviou R$ 1 milhão da Petrobrás para financiar sua campanha de 2010.



Publicado no portal do Jornal Estado de São Paulo em 28/05/2018

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