Maia admite que Câmara pode rejeitar
Diante do impasse para aprovar o distritão e o fundo
público para campanha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu
nesta quinta-feira, 24, que essas propostas podem ser rejeitadas no plenário na
semana que vem.
O presidente da Câmara afirmou que estuda colocar
primeiro em votação a proposta que estabelece apenas o fim das coligações e a
criação da cláusula de barreira "para garantir uma vitória" e depois
retomar a votação da outra emenda à Constituição. "Se não tiver um
bom diálogo até terça-feira, vai ser difícil aprovar alguma coisa na PEC do
sistema e do financiamento eleitoral", lembrou.
Segundo Maia, se ele não tivesse encerrado a discussão da
proposta na quarta, 23, o texto teria sido derrotado. "Eu acredito que se
fosse ontem, eu não sei amanhã, a probabilidade do fundo sobreviver na emenda
constitucional é muito difícil ", disse.
Ele também admitiu que será difícil construir consenso na
Câmara para aprovar a adoção do distritão em 2018 e do distrital misto em 2022.
"Não sei se a gente vai ter os 308 votos", alertou.
Sobre como financiar as campanhas do ano que vem, Maia
ironizou as críticas que os deputados fizeram em relação à criação do fundo
público e o fato de o Senado não querer retomar o debate sobre a volta do
financiamento empresarial. "Vamos à eleição com que a gente tem. E acho
que vai ser uma boa experiência, poucos recursos, para muitas eleições. Vai ter
que todo mundo comprar um bom celular, com uma boa definição de imagem e
contratar um cinegrafista amador", disse.
COLIGAÇÕES
Questionado se a Câmara deve conseguir aprovar apenas a
PEC que acaba com o fim das coligações e cria a cláusula de barreiras, Maia
afirmou que essa decisão já seria um grande avanço. Ele, no entanto, voltou a
dizer que é preciso mudar também o sistema eleitoral. "Não é apenas, já é
muito, para alguns políticos, essa seria a única reforma", comentou.
Ele também afirmou que é preciso que a Câmara consiga
"organizar as votações" para que o Supremo Tribunal Federal não
decida no lugar do Poder Legislativo, especialmente em relação ao fim das coligações.
"Se isso acontecer, infelizmente quem terá feito uma grande revolução na
política brasileira será mais uma vez o Judiciário", afirmou.
Agência Estado
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