quinta-feira, 27 de julho de 2017

➤BOM DIA!

A solução, é morrer!

Machado Filho*

Tenho uma amiga que, através de um pedido judicial, começou a retirar um medicamento de uso contínuo e obrigatório, na farmácia do INSS. Minha amiga tem um problema de coagulação e usa o medicamento que custa cerca de R$ 400 reais nas farmácias. Precisa de uma caixa por mês, caso contrário correrá riscos sérios de saúde.

Ontem (26), dia de retirar o medicamento, esteve na farmácia do INSS, na esquina da Borges com a Riachuelo, e foi informada de que não havia o remédio em estoque e, o que é muito pior, não havia qualquer previsão de chegada. O funcionário avisou que o tempo de espera pode ser de uma semana, um mês ou até seis meses, dependendo da possibilidade financeira para a compra pelo Instituto.

Ao lado de minha amiga, uma senhora tentava retirar um outro medicamento, também devidamente autorizada pela justiça que, segundo ela, custa em média R$ 800 reais nas farmácias. Foi informada que não havia em estoque e que, por se tratar de 'um remédio muito caro', provavelmente demorasse muito a ser reposto.

Minha amiga me contou a história que relatei e eu fiquei pensando no que foi transformado o Brasil nos últimos anos. Depois de ouvir o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma afirmando que o SUS é uma maravilha, que a Previdência funciona como em países de primeiro mundo, que a reforma da Previdência é para tirar direito dos que mais necessitam, fico imaginando em que mundo eles vivem e como ousam ter a petulância de afirmar que governaram para os humildes, para os pobres, para os necessitados. 

Não sabem, ou fingem que não sabem, que pobre, humilde, é quem precisa de um remédio caro para sobreviver, que não tem dinheiro para comprar, que procura a justiça, é autorizado, mas não pode usar o medicamento pois a farmácia do INSS não tem em estoque.

Minha amiga, que não tem acesso ao Sírio Libanês, que não é corrupta, que não enriqueceu roubando dinheiro dos brasileiros, que não tem fundo de pensão milionário, cuja vida depende do medicamento que ela tem o direito de receber, está em falta e não tem previsão de reposição.

E a senhora que estava ao lado dela na farmácia, provavelmente na mesma situação, vai fazer o que?

Os medicamentos que as duas foram buscar, repito, são obrigatórios, de uso constante e fundamentais para a sobrevivência de ambas. Mas o governo não está preocupado, assim como os que mentiram durante anos, que roubaram muito e seguem mentindo e, o que é pior, seguem roubando sempre que possível. E se não estão roubando o dinheiro de quem precisa, estão contribuindo para o roubo da vida de alguns que, sob qualquer hipótese, poderão adquirir medicamentos que custam trezentos ou oitocentos reais.

Por mais irônico que possa parecer, o remédio para estas pessoas, é morrer por culpa da incompetência, da corrupção e das mentiras de governantes sem moral e inescrupulosos.

Até quando? Depende só de nós!

*Jornalista

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