A tristeza de Dona Marisa!
Quem me conhece sabe que nem precisaria reafirmar aqui
que tenho uma opinião formada e declarada sobre a situação de dona Marisa
Letícia, a partir do momento em que foi hospitalizada no Sírio Libanês. Uma
pessoa, qualquer pessoa na situação dela, merece todo o nosso respeito, por
mais que discordemos de suas posições pessoais e políticas. Aliás, política é o
que menos conta numa hora tão difícil como a que ela enfrentou.
Tentar atacar o ex-presidente Lula usando o estado grave
de dona Marisa é atitude extremamente reprovável. Desejar ou comemorar a morte
dela é coisa muito pior.
Mas é preciso, em qualquer circunstância, separar o que é
certo do que é errado. Se muitos erraram ao usar a doença da ex-primeira dama
para destilar seu ódio contra o ex-presidente, muito mais errou Lula ao usar o
velório de sua mulher para transformá-lo em palanque político para, mais uma
vez, jogar pedras e culpas em terceiros. Lula foi de uma infelicidade tão
grande que não acredito que até mesmo seus companheiros, hoje, estejam de
acordo com o que ele disse em discurso político feito ao lado do caixão de dona
Marisa.
Provavelmente sem pensar, ou, o que é mais triste, depois
de pensar muito, Lula, entre outras barbaridades para o momento, jogando, como
sempre faz, a culpa sobre os outros, disse que “Marisa morreu triste por causa da canalhice e
maldade que fizeram com ela” e numa clara alusão aos membros da Lava Jato,
completou: ““Quero viver muito para provar que os facínoras levantaram
leviandade contra ela”.
Foi um ato tão político e desrespeitoso para o o momento
que o presidente do PT, Rui Falcão não teve qualquer tipo de pudor em afirmar,
para os petistas que estavam no Sindicato dos Metalúrgicos, que “Lula vai
continuar nos liderando, com certeza, nas lutas que ainda temos pela frente.
Acredito que não só os militantes do PT, mas também todo brasileiro quer que
você continue na luta”.
É realmente inaceitável que tenham, Lula e seus
seguidores, usado o velório de dona Marisa Letícia para um ato político,
derramando ódio e, mais uma vez, atribuindo a terceiros a culpa por tudo o que
fizeram. É verdade, dona Marisa deve ter
ficado muito triste.
É revoltante ver Lula, mais uma vez, usando os mesmos
métodos de sempre para mentir, iludir, enganar o povo que acredita nele desde
os tempos de sindicalista, quando não titubeou em afastar de seu caminho todos
os “cumpanheros” que pudessem causar algum tipo de embaraço em sua caminhada
rumo ao poder.
São tantas as vezes em que Luiz Inácio, para se defender
do indefensável, usou terceiros como bodes expiatórios de suas culpas, que
parece ter chegado ao limite do desrespeito. Não acredito que alguém possa
concordar que o velório de dona Marisa, a quem Lula jurou amor eterno, tenha
sido transformado em palanque para que Lula despejasse suas fanfarronices de
sempre para tentar provar que quem não presta são os outros, que ele é
inatacável.
Acredito que nenhum homem de verdade, ninguém que tenha
um mínimo de vergonha, de pudor, de decência, faça o que Lula fez ao lado do
caixão onde estava o corpo daquela que merecia todo o respeito do mundo, só não
merecia o que o viúvo fez. Aquele era um momento de dor, de retiro de alma, de pensar na vida diante da morte, jamais para ser usado politicamente, mas Lula, definitivamente, não tem medidas quando se
trata de defender a própria pele ou seu projeto de poder. Se existe alguém sem
pudor, sem vergonha, sem escrúpulos, sem medidas para alcançar seus objetivos,
este alguém se chama Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele deve ser, sem qualquer dúvida, o grande responsável
pela tristeza de Dona Marisa.
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