Os vândalos, que não trabalham, voltaram!
Quando subi a Borges na tarde de ontem (9) para embarcar no lotação que me leva
de volta para casa, depois de um dia inteiro de trabalho, vi que um pequeno
grupo se juntava na Esquina Democrática. Passei rápido mas tive a chance de ler
umas duas ou três faixas levantadas por integrantes do Grupo de Lutas.
Uma delas pedia greve geral contra o aumento das
passagens de ônibus. Quem segurava a faixa eram dois menores que, estudantes ou
não, provavelmente estavam ali comandados por alguém.Duvido que fossem trabalhadores exigindo greve!
Na outra faixa, um protesto contra os ‘ricos’ que,
segundo eles, devem pagar a passagem dos ‘pobres’. Estes não estão conformados
com o fato de, se estudantes, pagarem meia passagem. O que eles querem é passe
livre no transporte coletivo. Certamente esquecem que, quanto mais isenções
forem decretadas, mais cara fica a passagem e mais pesado ficará para o bolso
dos trabalhadores. Rico não anda de ônibus.
No lotação, o motorista foi avisado pelo largador que
logo haveria confusão e recomendou que o carro saísse imediatamente do
terminal. Foi o que ele fez.
Hoje de manhã, quando desci a Borges para trabalhar,
coisa que muitos dos que protestavam na Esquina Democrática não sabem o que é,
encontrei as portas de vidro do Banco Itaú, quase na esquina da Rua da Praia,
quebradas. No edifício União, uma filial do McDonalds estava com vitrines e
portas de vidro também quebradas. Nos dois locais os funcionários se esmeravam
em recolher os cacos que ficaram jogados na calçada depois da ação
criminosa dos vândalos.
Os que depredaram o banco e a lanchonete, provavelmente não
tenham conta bancária, mas certamente todos frequentam o McDonalds, onde pagam
caro por um lanche que nem sempre é tão bom assim.
Quando subi a Borges, olhando para as bandeiras amarelas
do Bloco de Lutas, reparei que, encostados em prédios da avenida, pessoas
comandavam a ação dos que estavam se reunindo na esquina. Eram poucos, é
verdade, mas combinavam com o número de manifestantes, que era muito pequeno.
Hoje, ao ler o noticiário, me dei conta do quanto estava
acertado o largador do lotação. Logo após a saída do carro os manifestantes,
depois de serem enxotados pela Brigada Militar da frente da prefeitura, subiram
a Borges, quebraram vidros de estabelecimentos particulares, seguiram pela
Salgado Filho e continuaram quebrando tudo.
Quem se der ao trabalho de acompanhar, de longe, os
protestos, verá que são sempre as mesmas pessoas. Jovens que se dizem
estudantes, a maioria com camisetas escondendo o rosto, mas trabalhando, alguns
sendo pagos, para algum partido político. E o pior é que seus líderes,
vergonhosamente, ocupam os espaços da mídia para defender o indefensável, ou
seja, os manifestantes, quando encurralados pela BM, que tem a obrigação de
manter a ordem, passam a ser vítimas da truculência e do desmando de
governantes com os quais não concordam.
Ao olhar para quem estava na manifestação de ontem, me
dei conta de que, tal qual ovelhinhas, muitos seguem a orientação de lideranças
que não aparecem e apoiam vândalos vagabundos que quebram o patrimônio
particular, acobertados pelo anonimato vergonhoso de mascaras que, por sinal, estão
proibidas em protestos.
Lamentavelmente os vândalos, os arruaceiros, os
vagabundos, estão de volta!
Obs.: As fotos são do Correio do Povo e Jornal do Comércio/Reprodução
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