Eike Batista tem prisão decretada
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação
Eficiência, segunda fase da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Entre os
alvos de mandado de prisão preventiva está o empresário Eike Batista, dono do
grupo EBX, que não foi encontrado em sua casa na Zona Sul do Rio de
Janeiro. As investigações miram pagamentos de propina durante o governo de
Sergio Cabral (2007 a 2014), que também é alvo de um mandado de prisão
preventiva e está detido na penitenciária de Bangu.
A PF também investiga crime de lavagem de dinheiro, que
envolve cerca de 100 milhões de dólares no exterior. Parte desse valor já foi
repatriado. Nesta fase da operação, também são investigados crimes de corrupção
ativa e passiva, além de organização criminosa.
Segundo o advogado que representa o empresário, Eike está
viajando e vai se entregar às autoridades. A operação desta quinta é um
desdobramento da Operação Calicute, que prendeu o governador Sérgio Cabral em novembro do ano passado. O vice-presidente
de futebol do Flamengo Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike, também é alvo
de prisão preventiva.
Cerca de oitenta policiais federais cumprem nove mandados
de prisão preventiva, quatro de condução coercitiva e 22 de busca e
apreensão. As investigações miram pagamentos de propina envolvendo o
ex-governador Sergio Cabral, que também é alvo de um mandado de prisão
preventiva.
Segundo as investigações, Eike e Flávio Godinho, do grupo
EBX, realizaram pagamento de propina no valor de 16,5 milhões de
dólares ao ex-governador usando a conta Golden Rock no TAG Bank, no
Panamá. O valor foi solicitado por Cabral a Eike em 2010, e para dar aparência
de legalidade à operação, foi realizado em 2011 um contrato de fachada entre a
empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Eike, e a empresa Arcadia
Associados, por uma falsa intermediação na compra e venda de uma mina de ouro.
A Arcadia recebeu os valores ilícitos numa conta no Uruguai, em nome de
terceiros, mas os valores eram direcionados à Cabral.
Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de
terem cometido atos de obstrução da investigação. Segundo as investigações,
após uma busca e apreensão realizada em 2015 em um dos endereços de Eike foram
apreendidos extratos que comprovavam a transferência dos valores ilícitos da
conta Golden Rock para a empresa Arcádia. Na ocasião, os três investigados
orientaram os donos da Arcadia a manterem a versão de que o contrato de
intermediação seria verdadeiro diante das autoridades.
“De maneira
sofisticada e reiterada, Eike Batista utiliza a simulação de negócios jurídicos
para o pagamento e posterior ocultação de valores ilícitos, o que comprova a
necessidade da sua prisão para a garantia da ordem pública”, afirmam os
procuradores do MPF.
Com Portal VEJA
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