Eike e Cabral usaram ações da Vale, Ambev e Petrobras
A transferência de dinheiro entre Eike Batista e Sérgio
Cabral precisou envolver compra de ações da Vale, da Ambev e da Petrobras. Isso
demonstra que nem mesmo a dificuldade para abrir uma conta serviu para frear o
esquema de corrupção entre a dupla. Diante do impedimento para consolidar o
negócio por meio de uma transferência direta do empresário para uma conta no Panamá,
a transação precisou envolver a compra das ações para se concretizar, segundo
informações do Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com a Promotoria, a
transação de US$ 16.592.620,00 - que teria sido conduzida por Flávio Godinho,
braço direito de Batista - se daria por meio de contratos fictícios entre as
empresas Centennial, de Batista, e Arcádia, que receberia a verba – tudo seria
depositado no TAG Bank, no Panamá. A escolha do banco se deu por um motivo
simples: a Golden Rock Foundation, outra empresa de Eike, já possuía uma conta
na instituição financeira.
Ainda de acordo com a investigação,
no entanto, a transação não pôde ser feita dessa forma, uma vez que a conta não
foi aberta. Decidiu-se, então, utilizar o banco Winterbotham, do Ururuguai,
para que o negócio fosse, enfim, concretizado. Na ocasião, as partes assinaram
dois contratos : o primeiro contrato é datado de 4 de janeiro de 2011 e
estipulava que a Arcadia ofereceria assistência à Centennial para a compra da
empresa Ventana. Já o segundo contrato, de 1 de setembro de 2011, documenta a
transação financeira.
No entanto, como explica o MPF, além
dos problemas na abertura da conta no TAG Bank, também houve atrasos no trâmite
com o Winterbotham. Diante disso, ficou acertado que a Golden Rock compraria
ações da Petrobras, Vale e Ambev, conforme teria orientado o próprio Cabral. As
ações, em um primeiro momento, ficaram registradas em nome da própria Golden
Rock.
Ainda no mesmo depoimento, Renato
Chebar, operador do mercado financeiro que colaborou nas investigações do MPF,
informou que a indicação para a compra das ações se deu em encontro com o
ex-governador ocorrido em 2011 no Hotel St. Regis, em Nova York
Agência Globo
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