segunda-feira, 28 de novembro de 2016

OPINIÃO

Mas querer impeachment, não é golpe?

O PSOL, que tem seis deputados federais, protocolou hoje (28) pedido de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB) por ‘crime de responsabilidade’. A denúncia tem por base as acusações feitas pelo ex-ministro da Cultura, o que, segundo o líder Ivan Valente, envolveria Temer numa questão particular do ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Bem diferente do que aconteceu quando foi pedido o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o líder do PSOL pede para Rodrigo Maia (DEM-RJ)  “que a Câmara abra o processo. O presidente da Câmara tem que levar esse caso a sério.” Para Valente, “a possibilidade de a insatisfação popular crescer é grande”.

Confesso que fui procurar minhas anotações, jornais da época e até consultei o Google para saber a opinião do PSOL, seus seis representantes na Câmara e, principalmente, do líder Ivan Valente. O mínimo que encontrei foram acusações contra o ex-presidente Eduardo Cunha, contra a oposição da época, contra o PSDB, contra o PMDB, todos chamados de golpistas pois estavam ao lado dos que desejavam o impeachment da ex-presidente. Em nenhum comentário, Valente pediu ao presidente da Câmara que levasse o caso a sério.

Ombro a ombro com os que defendiam Dilma, os integrantes do PSOL formaram fileira ao lado dos que gritavam pelo Brasil inteiro, poucos é verdade, que pedir o impeachment de alguém eleito pelo voto popular, era golpe.

Agora, quando querem que o TSE julgue a chapa Dilma/Temer, admitem que os dois foram eleitos, tanto que não levantam uma só palavra para dizer que Temer não teve votos, a não ser os 54 milhões que foram dados para Dilma Rousseff.

Será que os seis deputados do PSOL, liderados por Ivan Valente, viraram coxinhas? Ou será que pedido de impeachment feito por eles faz parte da democracia, como no caso de Collor de Melo?

Ou será que o PSOL pensa por seus seis representantes, que todo o brasileiro é bobo, que não tem memória, que já não lembra mais das posições adotadas pelo partido durante os movimentos contrários ao impeachment de Dilma?

Quando Rodrigo Maia foi eleito presidente da Câmara, os cinco deputados do PSOL em plenário, votaram em branco, ou seja, não queriam  Maia presidindo a Câmara Federal.

Agora, quando inventam um fato para tirar proveito da mídia e tentar atirar a opinião pública contra o presidente Michel Temer, esperam que Maia “leve o processo a sério”. Esquecem que ninguém leva a sério quem não é. Sabem que o processo não terá andamento.

Que fique bem claro que não estou ao lado de Michel Temer, de quem tenho muitas queixas, mas jamais estarei ao lado de aproveitadores que se travestem de camaleão quando vislumbram uma oportunidade de tirar proveito em benefício próprio.

Esqueceram o que pregaram? Impeachment é golpe!Ou não é mais?

Machado Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário