Depois de Minas, a Bahia*
Eliane Cantanhêde
Atenção: a partir desta quarta-feira, três dias depois do
primeiro turno das eleições municipais, acaba a restrição legal para prisões
que não sejam em flagrante. O mundo político volta a tremer.
Já na véspera, nesta terça, a Operação
Hidra da Polícia Federal atingiu mais um reduto estratégico do PT, a
Bahia, onde brilham, ou brilhavam, duas das estrelas do partido: o
ex-governador Jaques Wagner e o atual governador Rui Costa.
Wagner foi ministro da Defesa e chefe da Casa Civil no
governo Dilma Rousseff e é cotado para presidir o PT durante um anunciado
processo de “renovação”, ou “reinvenção”, do partido, que foi violentamente
atingido pela Operação Lava Jato e seus filhotes e sofreu uma derrota
acachapante em todo o país _ com exceção de Rio Branco, onde venceu em primeiro
turno, e em Recife, onde disputa o segundo com o PSB.
Rui Costa, uma das novas lideranças do PT, uma espécie de
reserva, tem um perfil bem diferente do padrinho Wagner. Mais jovem, mais
técnico, é apontado como um bom administrador, tem bons índices de popularidade
e conseguiu driblar a pesada derrota na capital com vitórias no interior.
Como Minas, a Bahia era considerada um bunker de resistência,
mas não escapou das investigações e desmembramentos da Operação Acrônimo nem da
derrota nacional do PT. Em Belo Horizonte, o candidato petista comeu
poeira na eleição e nem sequer chegou ao segundo turno. Em Salvador, o prefeito
ACM Neto, do DEM, conquistou a reeleição no primeiro turno e foi um dos
campeões de votos no País, com 74%.
Publicado no Portal Estadão em 05/10/2016
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