'Depredação é delito, não é manifestação'
Foto: G1/Reprodução |
O presidente da República, Michel Temer, voltou a falar
neste domingo, em sua viagem à China, sobre atos de vandalismo registrados na
onda de manifestações que tem se espalhado nos últimos dias por cidades
brasileiras para protestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e
contra o governo do peemedebista. Em uma entrevista coletiva, Temer afirmou
que, na opinião dele, "depredação é delito, não é manifestação".
Na véspera, em outra entrevista, o peemedebista tentou
minimizar as manifestações contra sua gestão, atribuindo os protestos a
"grupos pequenos e a depredadores". Na ocasião, ele também disse
que os atos dos últimos dias não foram "democráticos".
Neste domingo, o novo chefe do Executivo federal afirmou
que, para ele, o movimento de junho de 2013, no qual milhões de brasileiros
saíram às ruas do país para reivindicar, entre outros pontos, a melhoria dos
serviços públicos, "naufragou" em razão dos "depredadores".
"Ontem (3) eu disse que uma coisa é a manifestação
democrática, que é importantíssima. [...] O movimento de junho de 2013
naufragou por causa dos depredadores. Quando começaram a depredar, o movimento
ficou paralisado", destacou Temer aos jornalistas na China, onde está nos
últimos três dias para participar de encontro de cúpula dos países do G20.
"O povo brasileiro não é afeito à depredação, e nem
a ordem jurídica permite a depredação. A depredação é delito, não é manifestação",
complementou.
Os protestos contra Temer que eram pontuais nos últimos
meses, se intensificaram desde que o Senado decidiu afastar definitivamente Dilma Rousseff da Presidência da República. Na última
sexta-feira (2), manifestantes contrários a Temer voltaram a sair às ruas para
pedir a saída do peemedebista do Palácio do Planalto e a realização de novas
eleições presidenciais.
Em São Paulo, o protesto teve
depredação de concessionárias e de pontos de ônibus e bloqueio de vias, como
a Marginal Pinheiros. O ato começou pacífico no Largo da Batata, na Zona Oeste
de São Paulo, mas ficou violento depois de policiais militares impedirem os
manifestantes de seguirem até a Praça Benedito Calixto.
No Rio de Janeiro, um protesto percorreu ruas do centro e teve
a presença de mascarados. Em meio à manifestação, houve uma confusão, na
qual ativistas atiraram garrafas contra os PMs, que revidaram com spray de
pimenta.
Porto Alegre também registrou protesto pela saída de
Temer da Presidência na sexta-feira. Um grupo pôs
fogo em contêineres de lixo e,
pelo menos, quatro agências bancárias foram apedrejadas. Também houve
confrontos entre integrantes do ato e policias militares, que usaram bombas de
gás lacrimogênio contra os manifestantes.
No centro de Florianópolis, o protesto também começou
pacífico, mas houve
tumulto e confronto de manifestantes com a polícia. Participaram 7 mil
pessoas, segundo os organizadores.
Em Goiânia, 2
mil pessoas foram às ruas, segundo os organizadores, e 60, de acordo com a
polícia.
Fonte: G1 - Fotos: G1/AP/ClicRBS
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