Delcídio diz que Lula e Dilma controlavam
O ex-senador contou aos procuradores que a arrecadação de
propinas na estatal ganhou maior intensidade a partir de 2005 – e foi
administrada pela alta cúpula do PT. “Nesse início de governo um grupo muito
pequeno tinha controle ou ação sobre o processo de arrecadação. No caso do PT
era principalmente o tesoureiro, o Delubio Soares, o presidente do PT, José
Genoino, o próprio presidente Lula e a Ministra de Minas e Energia Dilma”,
disse Delcidio.
De acordo com o ex-parlamentar, após o mensalão, Lula
decidiu consolidar uma base de aliados para o seu governo. Com isso, entregou
duas diretorias da Petrobras nas mãos do PMDB e do PP. O primeiro partido
recebeu a área internacional da estatal, enquanto o segundo ficou com a de
abastecimento. “Na formação do governo Lula o loteamento de cargos servia para
alinhar a máquina política e arrecadar propinas”, afirmou Delcidio. “O projeto
era de consolidação do poder, ampliação e retorno, com base na arrecadação de
propina”, disse o ex-senador.
Questionado sobre a participação de Lula no esquema do
petrolão, Delcidio afirmou que “sem dúvida nenhuma ele (o ex-presidente) possuía
conhecimento do esquema ilícito”. “A Petrobras no governo do presidente Lula
tinha atenção especial, com envolvimento direto do presidente Lula”, disse o
ex-parlamentar. Sobre o envolvimento da ex-presidente Dilma, Delcidio afirmou
que “não sabe dizer se Dilma sabia da total amplitude do que estava por trás
das indicações para os diretores e presidentes da Petrobras, mas presume que
sim”.
O ex-senador ainda relatou que no final de 2014, após as
prisões dos empreiteiros na Lava-Jato, Lula e Dilma discordaram sobre os rumos
das investigações do petrolão. De um lado, o ex-presidente achava que deveria
ser criado um comitê de crise no Planalto e no Congresso. Do outro, a sua
sucessora pensava que o escândalo não chegaria à soleira da sua porta. “Quando
Dilma resolve tomar uma atitude já não havia mais tempo”, contou Delcidio.
Fonte: Portal VEJA
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