PF diz que dono
não tem renda
Laudo da Polícia Federal, na Operação Lava Jato, aponta
que o empresário Fernando Bittar, que afirma ser o proprietário de sítio em
Atibaia (SP) não tem rendimentos suficientes para bancar a compra e a reforma
do imóvel. O Santa Bárbara é o ponto central da investigação contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os investigadores atribuem ao petista
a propriedade do sítio. A defesa de Lula nega.
O documento da PF, subscrito pelos peritos criminais
federais João José de Castro B. Vallim e Ior Canesso Juraszek contesta a versão
da defesa de Lula, que alega apenas ter usufruído do sítio.
“Ainda que necessária a realização de exames periciais
contábeis específicos para apurar evolução patrimonial de Fernando Bittar,
montante de aproximadamente RS 1,7 milhão, dispendidos na compra e ampliação do
sítio entre os anos de 2010 e 2011, apresenta-se discordante frente aos
rendimentos, bens e direitos declarados no seu imposto de renda”, aponta o
laudo.
As reformas foram bancadas pelas empreiteiras OAS e
Odebrecht, segundo o laudo. As duas empresas são investigadas por formação de
cartel na Petrobrás entre 2004 e 2014.
Exames periciais, afirma o documento, constataram ‘que as
primeiras reformas do sítio contaram com a participação do engenheiro
Frederico Horta, funcionário da Odebrecht’.
“Após concluída a primeira fase das reformas, ainda no
ano de 2011, algumas outras intervenções foram realizadas no Sítio ao
longo dos anos seguintes. A que mais se destaca pelo valor imobilizado foi
a instalação da cozinha gourmet, pelo valor estimado de R$ 252 mil cuja
execução foi coordenada por arquiteto da empreiteira OAS, Sr.
Paulo Gordilho, com conhecimento do presidente da OAS, Léo Pinheiro, e com
orientação do ex-presidente Lula e sua esposa, conforme identificado nas
comunicações do arquiteto da empreiteira e de Fernando Bittar”, informa o
documento.
Agência Estado
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