PF indicia Paulo Bernardo
A Polícia Federal indiciou o ex-ministro dos governos
Lula e Dilma Rousseff Paulo Bernardo por envolvimento nos crimes investigados
pela Operação Custo Brasil, deflagrada em junho. A PF atribui a Bernardo, que
ocupou as pastas do Planejamento e das Comunicações durante os governos
petistas e foi preso pela operação, os crimes de organização criminosa e
corrupção passiva no esquema que desviou 100 milhões de reais de contratos da
empresa Consist com o Ministério do Planejamento.
O indiciamento de Paulo Bernardo, ou PB, como é conhecido
no PT, foi concluído pela Polícia Federal na última sexta-feira. Caberá agora
ao Ministério Público Federal analisar as provas reunidas pela PF e denunciar
ou não o ex-ministro à Justiça.
A Operação Custo Brasil mirou contratos fraudulentos da
Consist com o Ministério do Planejamento à época que Paulo Bernardo comandou a
pasta, entre 2005 e 2011. Cada funcionário do ministério que tivesse contratos
de empréstimo consignado pagava um real à empresa a título de taxa de
administração, serviço que custa, normalmente, cerca de 30 centavos.
O sobrepreço, que teria alcançado a cifra de 100 milhões
de reais entre 2010 e 2015, era repassado a políticos, como Paulo Bernardo,
além de operadores do esquema e, principalmente, o PT, por meio de dezenas de
empresas-fantasmas.
Em relação aos pagamentos feitos ao ex-ministro Paulo
Bernardo, a PF identificou em cerca de 100 notas fiscais apreendidas um repasse
de 7.170.031,74 reais para o escritório do advogado Guilherme Gonçalves, que
prestou assessoria jurídica às campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR),
mulher de Bernardo. Oitenta por cento desse valor seria destinado a pagar
despesas do ex-ministro, como, por exemplo, a renumeração de um assessor, do
motorista e do próprio advogado.
Segundo os investigadores da Custo Brasil, o acerto
inicial era de que Paulo Bernardo receberia 9,6% do total do faturamento da Consist.
Quando ele deixou o Ministério do Planejamento, em 2011, para assumir o das
Comunicações, a propina destinada a ele foi reduzida para 4,8%, e entre 2014 e
2015, baixou novamente para 2,9%. Quem teria assumido o seu posto como
mantenedor do esquema foi o então secretário de Gestão do Planejamento, Valter
Correia da Silva, que também foi secretário de Gestão do prefeito Fernando
Haddad (PT), de São Paulo.
Menos de uma semana após ser preso, Paulo Bernardo teve a
prisão revogada pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli. Em sua decisão, o
magistrado considerou que a detenção do petista foi um “flagrante
constrangimento ilegal” e, por isso, concedeu habeas corpus de ofício em favor
dele. Embora tenha acolhido pedido da defesa de Bernardo, Toffoli rejeitou
suspender as investigações da Operação Custo Brasil, como queriam os advogados.
Fonte: veja.com
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