Acordei um pouco mais tarde. O frio e um princípio de crise de asma me fizeram curtir um pouco mais as cobertas. Agora estou aproveitando o sol que entra pela janela para ver o que traz de informações o computador. E não são poucas.
Então, para dividir com todos o que leio de mais importante, começo reproduzindo parte do texto da matéria principal da revista Veja que circula neste final de semana. Mas tem muito mais.
Tenham todos um Bom Dia!
Marcelo Odebrecht
Propina financiou reeleição de Dilma
Marcelo Odebrecht - Veja/Reprodução |
O ex-presidente José Sarney sabe das coisas. Com a
autoridade de seus 60 anos de vida pública e um talento nato para resistir a
tormentas, Sarney disse numa conversa gravada que a delação premiada de
executivos da Odebrecht provocaria um estrago digno de "uma metralhadora
de ponto 100". A velha raposa externava o temor reinante na classe
política com a possibilidade da revelação dos detalhes da contabilidade
clandestina da maior empreiteira do país. Fazia coro com as autoridades
empenhadas em melar a investigação do petrolão. A operação abafa, como se sabe,
fracassou. A delação de diretores e funcionários da Odebrecht já está sendo
feita. Não só ela como a colaboração do ex-chefe da OAS, que fez a reforma do
sítio que servia de refúgio para o ex-presidente Lula. Em vez de uma, são duas
as metralhadoras engatilhadas, ambas com munição de sobra para permitir que a
Lava-Jato feche a lista de políticos beneficiados com propina e identifique a
cadeia de comando do maior esquema de corrupção já investigado no país. O poder
de fogo é ainda mais devastador, letal e definitivo do que imaginava o
experiente Sarney.
A delação mais
aguardada é a de Marcelo Odebrecht, o príncipe das empreiteiras, provedor-mor
das campanhas eleitorais, doador universal do sistema político brasileiro.
Preso em junho do ano passado, Marcelo, de início, declarou-se inocente e
rechaçou a possibilidade de ajudar as autoridades a esquadrinhar as entranhas
do petrolão. "Primeiro, para alguém dedurar, precisa ter o que dedurar.
Isso eu acho que não ocorre aqui", disse o empresário, já sob a custódia
da Polícia Federal, numa audiência da CPI da Petrobras. Os parlamentares
presentes, sabedores de onde o calo aperta, quase pediam desculpas ao fazer
perguntas a ele. "Eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com
aquele que fez o fato", acrescentou Marcelo, criticando os delatores.
Uma
sucessão de fatos mudou suas convicções. Fracassaram todos os recursos
jurídicos e as armações políticas de bastidores para livrá-lo da prisão. A
força-tarefa da Lava-Jato descobriu que a Odebrecht tinha um setor específico
para pagamento de propina que abastecia os partidos governistas e de oposição.
Em março, o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava-Jato, condenou Marcelo a
dezenove anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e
associação criminosa. Para se livrar da cadeia, o condenado finalmente aceitou
exercer o papel de delator que tanto desqualificara.
O alvo
principal de suas revelações será a presidente afastada Dilma Rousseff. Segundo
o empresário, a reeleição de Dilma foi financiada com propina depositada em
contas no exterior. A Lava-Jato já rastreou o repasse de 3 milhões de dólares
da empreiteira para uma conta na Suíça do marqueteiro João Santana, mago das
últimas três campanhas presidenciais do PT. Além disso, mapeou o pagamento de
22,5 milhões de reais ao marqueteiro, em dinheiro vivo, entre outubro de 2014,
quando Dilma conquistou o segundo mandato, e maio de 2015. Marcelo confirmará
aos investigadores que, ao remunerar Santana, bancou despesas não declaradas da
campanha da petista.
*Trecho da matéria principal da Revista Veja que circula
no final de semana
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