Temer restringe uso, e Dilma reclama
Um parecer elaborado pela subchefia de assuntos jurídicos
da Casa Civil determinou a suspensão do uso de aeronaves da Força Aérea
Brasileira (FAB) pela presidente afastada Dilma Rousseff. O parecer foi emitido
na quinta-feira e, conforme o órgão comandado pelo ministro Eliseu Padilha
(Casa Civil), já está em vigor.
Com isso Dilma só poderá solicitar a aeronave para ir
para o Rio Grande do Sul, onde reside. A justificativa para o veto é que a
petista não tem mais compromissos oficiais e o transporte aéreo é destinado
apenas a atos oficiais. "Envolve uma logística enorme, muita segurança. É
uma estrutura de chefe de Estado", disse uma fonte da Casa Civil.
A decisão contraria a principal estratégia de Dilma, que
pretendia viajar neste período de afastamento para defender o seu mandato. Em
Porto Alegre, a petista criticou a medida.
"Hoje houve uma decisão da Casa Civil ilegítima,
cujo objetivo é proibir que eu viaje", disse ao participar do lançamento
de um livro na capital gaúcha, nesta sexta-feira. "É um escândalo que eu não possa viajar para o Rio, para o Pará ou qualquer outro lugar",
continuou. Dilma justificou que não pode pegar um avião comercial, como
qualquer outra pessoa faria, porque a Constituição determina que é preciso
haver um aparato de segurança fazendo sua escolta. "Então temos uma
situação que tem de ser resolvida, porque eu vou viajar."
Desde que o impeachment foi aceito no Senado, em 12 de
maio, Dilma já viajou para atos em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, além de
ter ido três vezes a Porto Alegre, onde tem família.
Assessores
- O parecer da
Casa Civil também avaliou o uso da residência oficial, da segurança pessoal, de
assistência à saúde, do transporte terrestre, da remuneração e da equipe a
serviço no gabinete pessoal da presidente. A decisão foi manter a segurança e o
salário da presidente, mas restringiu também o número de assessores a sua
disposição para quinze. Inicialmente, Dilma havia solicitado cerca de trinta
auxiliares.
Agência Estado
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