“Líder profundamente impopular”
O jornal americano The New York Times se
referiu a Dilma como "uma líder profundamente impopular" que provocou
"a raiva pública generalizada de um sistema corrupto e uma economia
maltratada". A publicação lembrou que o país passará a ser governado pelo
vice-presidente, Michel Temer, "que tem sido acusado por violar limites de
financiamento de campanha agora estará sobre enorme pressão política para
conter a pior crise política do Brasil em décadas".
O texto ainda ressalta
que a crise política brasileira acontece "enquanto o país luta para conter
a propagação do Zika vírus e apenas a meses dos Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro". Já a emissora CNN considera que o processo de impeachment de
Dilma "não será totalmente calmo", já que seus apoiadores "se
comprometeram a tomar as ruas em retaliação, garantindo uma longa e
potencialmente confusa batalha pela frente".
O jornal britânico The Guardian ressaltou que
Dilma foi a primeira mulher a se tornar presidente do Brasil e que a sua
popularidade "despencou junto com a economia". A publicação lembrou
que seu afastamento acontece "a menos da metade do fim de seu
mandato" e "coloca problemas econômicos, paralisia política e
alegadas irregularidades fiscais a frente dos 54 milhões de votos que a
colocaram no cargo". O texto ainda afirma que muitos dos senadores que vão
julgá-la "são acusados de crimes ainda mais graves" e que o
"impeachment é mais político do que jurídico".
Ainda na Grã-Bretanha, o jornal Financial Times afirmou
que "é provável que Dilma perca o seu eventual julgamento" e que, se
isso acontecer, a presidente deixará o cargo a dois anos e sete meses do fim de
seu mandato. "Isso também dará fim a 13 anos de governo de seu partido de
esquerda, o PT, o mais recente movimento para o centro na política da América
do Sul, que vive o fim de seu boom econômico". A publicação também faz um
questionamento sobre Michel Temer: "Cerimonioso e de fala mansa, com reputação
de ser como uma esfinge, o advogado de 75 anos terá de lidar com três crises
simultâneas. Ele estará a altura desta tarefa?", diz o texto, se referindo
às crises econômica, ética e política.
(Fonte: VEJA.com)
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